quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O chororô do ex-prefeito

Acabei de ler no Globo Online: o prefeito caiu no choro ao se despedir do mandato. Ao ver a notícia só consegui pensar no Zé Simão: esse é mesmo o país da piada pronta, minha gente! Porque todos nós, eleitores, graças a Deus temos uma música que exprime tudo o que queremos dizer ao alcaide. Segue aí

Chora!
Não vou ligar, Não vou ligar!
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar Pode chorar
Mas chora!
Chora! Não vou ligar, não vou ligar!
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar...
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê.
Eu vou festejar
Vou festejar!
O teu sofrer
O teu penar...
Você pagou com traição A quem sempre Lhe deu a mão...

A crise financeira e as mulheres

Dizem que mulher é gastadeira e coisa e tal, mas acho que um bom medidor da nossa preocupação com a crise que se anuncia foi a baixa no estoque de calcinhas amarelas das lojas americanas de Laranjeiras para este reveillon. As poucas peças que restaram eram sem graça, sem graça. Enquanto isso, brancas, vermelhas e cor de rosa sobravam nas araras. Será que é um sinal de que a mulherada perdeu as esperanças no amor?

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Lista de fim de ano

Admito, admito: eu faço lista de resoluções para o ano novo. Sei que é brega, sei que é caforna, mas fazer o quê. Sou suburbana e não desisto nunca. Mas esse ano pensei numa lista diferente, como todos os anos não consigo cumprir nada do que me proponho a fazer, pensei que poderia então viajar "na maionese", como diz o vocabulário realenguense, e fazer a lista dos sonhos, aquela que você gostaria que caísse na mão de alguém lá em cima e Ele ou Ela decidisse botar a mão na massa e fazer com que cada item fosse atendido. Então, lá vamos nós:

1) Ganhar na mega-sena acumulada. Esse é o primeiro pedido da lista porque assim eu poderia realizar quase todos os outros;
2) Viajar o mundo quase todo. Tenho as minhas exceções e não vou listar aqui para não ofender a ninguém, mas vamos combinar que não daria meu rico dinheirinho para países que descumprem regras mínimas de convivência. Entenderam, né! 300 mortos é de f%#$!
3) Ficar com o corpo da Grazi Massafera. E melhor: poder comer o que quiser (gente não estou falando do Cauã, tá?).
4) Com todo respeito ao querido companheiro, mas ter um affair com o Javier Bardem não seria na mal!
5) Ficar com os cabelos da Gisele Bundchen. Com a nova regra ortográfica não preciso colocar o trema em Gisele, preciso?
6) Beber uma garrafa de Mouton Rotschild sozinha, sem dar um gole para ninguém. Um egoismozinho de vez em quando não faz mal a ninguém.
7) E por fim, ter muita paciência para aturar gente chata. Esse é o meu real desejo para 2009.


E você? Como seria a sua listinha?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A camisa da verdade

Tenho um amigo muito engraçado que diz que vai criar uma camisa para enaltecer determinados homens que "pegam" determinadas mulheres. A frase da camisa dever ser assim" Fulano de tal. Tem que respeitar". Conversando com uma amiga, pensamos nas figuras femininas que mereciam receber um exemplar desse. Durante o papo, lembrei do aniversário de um outro amigo na casa de uma banqueteira do momento. Ao chegar, subi no elevador com uma convidada ilustre: Marília Gabriela. Gostava dela na tevê, mas tenho que confessar que ela tem borogodó capaz de causar inveja em muita mulher nova. Alta, magra, elegante e inteligente, Marília me deixou intimidada... e são poucas as mulheres que me intimidam. Marília Gabriela merece a camisa não porque pegou o Reinaldo (o que não é pouca coisa), merece sim por seus atributos que passam longe da "moda dominante". Tem que respeitar!
E você? Para quem você daria a camisa com os dizeres do meu amigo?

sábado, 20 de dezembro de 2008

Alguma coisa tá fora da ordem

Quem é mais chegado sabe que me recuso a ir a velórios. É claro que ninguém gosta, mas tem gente que leva a situação com mais naturalidade, com menos horror. Por isso, só vou a velórios por pessoas a quem tenho apreço, e essa é uma palavra que gosto muito. Fui a um na semana que passou. Acho que descobri o sentido da palavra se despedir. Mas essa é uma outra história. A história desse post é, na verdade, sobre valores. Termômetro de que essa palavra está mesmo indo pro buraco foi ver uma placa, pregada ao lado da lanchonete que fica dentro do cemitério, com os seguintes dizeres: "Departamento de Vendas". Simples assim, como se fosse um celular, um eletrodoméstico ou um móvel.

Vermelho é a cor da paixão

Conversa entre dois funcionários da Cobal do Humaitá:

- A mulher esqueceu de levar as compras, deixou tudo aqui em cima do balcão.

- Ah, ela devia estar pensando no namorado. Você não viu que ela estava vestida de vermelho?

Como não sou cuscuz pra morrer abafada, como diz meu amigo Murilo, resolvi entrar na conversa:

- Não entendi.Quem usa vermelho é porque está apaixonada?

O homem não só afirmou que sim como descreveu o vestuário completo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O dia que o refletor explodiu

Hoje, estávamos gravando o piloto do novo programa lá na TV quando começamos a lembrar dos momentos "sifu", como diria nosso querido presidente. Um deles foi quando o refletor explodiu e pequenos cacos de vidro - muitos, por sinal - resolveram fazer moradia no cabelo cheio de laquê da convidada. Ela era uma senhora elegante e com cara de quem não gosta de ser pega de surpresa. Eu, ainda meio crua no ramo do programa transmitido "ao vivo", precisei demovê-la da idéia de sair correndo, principalmente porque a direção me dera ordens expressas de não chamar o intervalo porque o controle mestre não estava avisado para tal. Minha missão era quase impossível, o que eu via, sentada a poucos metros de distância, era uma cabeça reluzente, com tantos cacos de vidro. Com a cara mais lavada do mundo lá fui eu:
- Não houve naaaaada..... a senhora pode continuar falando.
Quem presenciou disse que eu parecia ter saído direto do filme Titanic, naquela cena em que o barco tá indo pras cucuias e os violinistas continuam tocando como se nada houvesse.
Mas o final da nossa história ainda não chegou. Não satisfeita com o furdunço todo, a então diretora resolveu mandar o iluminador subir na escada e consertar a porcaria do refletor. E lá foi ele, lépido e fagueiro, cumprir a ordem. O problema é que o intervalo tinha apenas 1 minuto, tempo nada suficiente para resolver a pendenga. E foi o que aconteceu: o programa voltou ao ar e lá estavao o cidadão trepado na escada brincando de estátua. Daí em diante eu não tinha nenhuma carta manga, nada que nenhuma escola de jornalismo tenha ensinado para sair de uma situação como essa. Nada, mas nada mesmo me impediu de cair na gargalhada. Em tempo: a professora nunca mais voltou ao programa.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Máscara da vida

Conselho de uma maquiadora experiente:

-Querida, não se maquia todo dia não. Isso é coisa de gente burra! Tirou a maquiagem não sobra nada.

Cinema e realidade

Estava louca para ver o último do Woody Allen, ainda mais depois que um grupo de mulheres, durante uma festa, resolveu fazer a velha brincadeira do "você seria quem?. Na tal festa, elas queriam que cada uma dissesse se era Vicky, Cristina ou Maria Elena? Como eu ainda não tinha visto o longa, não pude brincar. Mesmo assim, uma delas disse que eu parecia ser Maria Elena. Motivada por essa definição, parti hoje à tarde sozinha para a sala escura. Antes da sessão começar, sento naqueles bancos de madeira que ficam no meio do Estação Botafogo. Dois minutos depois, um senhor, com cara de quase 80 anos, senta ao meu lado. Pergunta se eu sinto frio, fala sobre o filme que vai assistir, pergunta qual eu vou ver e, ao saber da minha escolha, conta que era de Barcelona e que eu deveria conhecer. De repente, se aproxima uma senhora, cerca de 10 anos mais nova que ele, e entrega o ingresso. Ele diz que já havia comprado e sugere que ela pegue o dinheiro de volta. Quando ela se afasta ele revela:
- Não via essa moça há quase 30 anos!
Já não se fazem mais homens elegantes como antigamente.
ps.: Para quem ficou curioso: não, eu não me identifico com a Maria Elena.

domingo, 30 de novembro de 2008

Esquadrão da moda

Hoje fui ao bazar do Herchcovitch, no Jardim Botânico, e me dei conta de que realmente não sou "muderna". De longe, avistei um tecido bege, cheguei perto, toquei e ao puxar mais um poquinho vi que era a....cortina.
É isso mesmo: não soube distinguir uma roupa estilosa de uma cortina.
Esquadrão da moda urgente aqui em casa!!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A pomba de pirata

Num dos 499 mil programas que já apresentei na tevê, aconteceu um fato tão inusitado, mas tão inusitado que nenhum roteirista de filme de comédia pensaria numa cena daquelas. Faltavam trinta segundos para o programa entrar no ar quando a diretora fala comigo no ponto eletrônico:

- Fica calma, não olha para cima para não assustar os convidados, mas tem uma pomba parada nos ferrros onde ficam os refletores.

Depois dessa notícia maravilhosa, entrei no ar com a cara amarela, provavelmente, e ansiosa pela entrada do vídeo, o que permitiria que eu desse uma olhadinha discreta para o teto do estúdio. Quando finalmente acabei de ler a abertura e finalmente entrou a reportagem, a diretora deu continuidade ao noticiário de desgraças:

- A história foi a seguinte: o programa que divide o estúdio com a gente convidou o pessoal de uma peça que trouxe essa pomba. O problema foi que eles soltaram a pomba e depois ninguém conseguiu capturar.

Situação explicada, mas não resolvida. Como apresentar um programa de uma hora de duração com uma pomba brincando de estátua na direção da sua cabeça? Desconcentrei totalmente! Só pensava na minha integridade física e emocional, caso a ave resolvesse largar um petardo ali, ao vivo, em cima de mim. Passei boa parte do fatídico programa sentada meio de lado, uma posição incômoda e que, além do mais, deixava a péssima impressão de que eu estava aliviando algum tipo de desconforto intestinal. Passados 20 minutos, bate um frio violento no estúdio e a penosa resolve sacanear mais ainda: começa a cantar. Nesse momento um dos entrevistados espera a câmera focar em outra pessoa e sussurra para mim:

- O que é isso? De onde vem esse barulho?

Não pude evitar. Fiz uma cara de "deu merda", olhei para cima e entreguei a cantora desafinada. Minha vontade de rir era imensa, mas meu medo de "ser batizada" era muito maior. A tensão chegou aos píncaros quando um iluminador chega com a mão cheia de milho e resolve bancar o amigo dos bichos. Mostra o milho daqui, chama a pomba daqui... e de repente ela dá um rasante atrás do cenário de isopor. A barulheira, felizmente, não foi captada pelos sensíveis microfones. Mas tenho certeza de que se alguém revisar a fita vai ouvir o baticum do meu coração, que a essa altura já estava na boca.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quem é vivo sempre aparece!

Voltei. Andava meio absorta (sempre quis usar essa palavra em um texto) em meus pensamentos, meio encaixotada num guarda-móveis de problemas, e quando isso acontece os textos não aparecem. E como nem sempre a luz no fim do túnel é um trem na nossa direção, decidi voltar... para ficar, espero. Por isso, agradeço aos meus 11 leitores pela paciência e pelas mensagens de apoio. E para retornar em grande estilo, resolvi fazer uma série sobre os bastidores de um programa de tevê. Histórias engraçadas, é claro, que aconteceram comigo diante e por trás das câmeras.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Deu branco!

Aos meus 11 leitores, que vira e mexe têm a bondade de vir aqui, peço desculpas pelo sumiço. Tenho andado até a alma de trabalho, o que tem sugado toda a minha criatividade. Prometo vir com alguma pensata em breve. Tenham paciência....e não desistam de mim!

Abraços a todos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A voz e a personalidade

Essa história rolou há algum tempo, quando fazia um curso de locução para comercial. Lembrei dela na semana passada durante uma sessão de análise. Não cabe aqui o contexto, mas dá pra dizer que vale muito a pena tentar refletir sobre a relação entre a voz e a personalidade.

Num dia de gravação no estúdio, o professor, o grande dublador Márcio Seixas, mestre dos bons com quem aprendi muito, resolveu fazer uma aula de dublagem para mostrar como era o processo e, também, para descontrair. Escolhe um desenho aqui , mexe em outro ali e.... pimba! O meu primeiro personagem foi Simba, do Rei Leão. Como ainda não havia aprendido a modular a voz, o pequeno leaozinho parecia estar passando por uma crise de identidade. Uma voz feminina com um timbre grave definitivamente não combinou com o felino.
Passemos, então, para outro: que tal a voz do Coringa, de Batman o filme, na primeiríssima versão com Jack Nicholson? Não preciso nem dizer que não deu certo. A cena escolhida tinha uma gargalhada forte e o máximo que consegui fazer foi deixar o pobre do Jack com uma gargalhada de pomba-gira rouca.
O desenho seguinte foi mais um desastre. A personagem era a Pocahontas e ela dizia algo muito meloso para o seu amado. Com a minha voz, Pocahontas, fofa toda vida, parecia ter entrado para o time da Ana Carolina.
Quando eu já estava quase desistindo da idéia de encaixar a minha linda voz em qualquer personagem de desenho infantil, surge a salvação: a madrasta da Cinderela.

- Cinderela! Vá imediatamente pegar uma xícara de chá para mim!

Depois dessa frase, descobri que nunca poderei ser princesa.

sábado, 13 de setembro de 2008

Elas estão descontroladas

Cena presenciada em uma galeria comercial do Humaitá hoje à tarde. Menina, de aproximadamente 3 anos, corre enlouquecidamente em direção a um menino mais novo, com seus quase 2 anos, e dá um abraço mais apertado do que a calça da mulher melancia. Diante dessa demonstração de amor à primeira vista, o menino arregala os olhos para a mãe e faz uma cara de quem não está entendendo nada. Depois disso, ele corre em direção a uma bola que está na vitrine da loja ao lado.



Lição que o menino não vai aprender na creche: vai se acostumando meu filho porque nós somos assim mesmo, sensíveis e incompreensíveis!

Lição que a menina não vai aprender na creche: vai se acostumando minha filha porque eles são assim mesmo, insensíveis e previsíveis. O futebol vem em primeiro lugar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Bolívia corta o gás do Brasil

Ontem fui ao jogo. Estava empolgada para conhecer o Engenhão, mais ainda por ser um jogo da seleção. Afinal, o último jogo do Brasil que pude acompanhar em um estádio foi nas eliminatórias da Copa de 94 no Maracanã. Brasil X Paraguai foi um jogão. Bons tempos aqueles em que podíamos contar com o Romário...
Marinheira de primeira viagem em partidas de futebol, eu, vascaína assumida, caí na arquibancada do arqui-rival. Foi duro ficar debaixo daquela bandeirona fedorenta e não poder fazer nada enquanto ouvia "ei bacalhau, ei bacalhau, pega no meu p... que eu te levo pra Portugal". Mas, voltando ao jogo de ontem, a empolgação começou a ir para as cucuias depois de percorrer três portões diferentes e ouvir informações desencontradas. Meia hora atrasada, consegui adentrar o gramado, ou melhor, o lugar ao qual o meu ingresso dava acesso. Já era o começo do segundo tempo. Busquei forças lá no fundo d'alma para retomar a empolgação, mas forças nada ocultas me fizeram perder o humor rapidamente: descobri que em jogos da FIFA é proibido consumir bebida alcóolica. Decidi fingir que tudo bem e fui beber uma Líber. Foi difícil acompanhar careta o que rolou naquele campo. Saldo da noite: depois de viajar de trem, andar feito uma louca e assistir aquele futebolzinho de quinta, cheguei a uma conclusão inimaginável: o Galvão nem é tão chato assim.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Terapia de casal

Briga de um casal - pais de uma amiga do trabalho - depois que a matriarca resolveu dar a cadela de estimação da família:

- Agora que dei a fulaninha tá na hora de cortar essa árvore do quintal porque dá muito trabalho para varrer essas folhas.

- Puxa vida. Não pode ter bicho, não pode ter árvore, não pode ter nada porque dá trabalho!

- Quer cuidar de bicho? Então cria um chato no seu c.....


Nota da redação: algumas mulheres sabem realmente como lidar com seus maridos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Brega & Chic

Outro dia fui conversar com duas amigas, num bar obviamente, e surgiu o assunto: pessoas imprestáveis. Isso mesmo, gente que veio ao mundo só para ser desmancha prazeres, para não agregar nada ( finalmente achei um texto que pudesse usar essa expressão da moda no mundo do trabalho). Uma delas descreveu o perfil de uma dessas "pessoas imprestáveis" com quem ela tinha o dissabor de encontrar com freqüência no escritório. A figura tinha o hábito de comentar suas aquisições para o vestuário, o objetivo era jogar na cara da mulherada que ela comprava roupas de estilistas famosos. Até aí tudo bem, o problema era quando ela desancava o jeito de viver da grande maioria dos brasileiros: " comer empada e andar de van é totalmente brega". Pois, para mim, ela não sabe o que está perdendo... uma empada de camarão bem feita (geralmente daquela tia que guarda o segredo a sete chaves), acompanhada de uma cervejinha, vale muito mais do que qualquer salgadinho de queijo brie com damasco. Depois disso, fiquei pensando no que é ser realmente chique. Pra mim é...

...uma faxineira amiga minha que cria três filhos sozinhas e trabalha, em média, em duas casas diariamente. E com tudo isso está sempre de bom-humor.

... andar de ônibus lotado, trabalhar o dia inteiro, voltar para casa para cuidar da família e conseguir ser feliz.

... fazer compras em lojas de departamentos e pagar o carnê em dia.

... fazer churrasco de lingüiça e frango e convidar todo mundo.

...achar uma roupinha básica na C&A e se sentir a Gisele Bundchen.

... comer rabada, angu ou feijão branco com dobradinha.

... poder comer o que quiser, sem preconceito de classes.

... andar de van em tempos de lei seca. Aliás, ir ao samba com os amigos e poder beber todas.


E você? O que é chique na sua opinião?

domingo, 31 de agosto de 2008

Cuida bem de mim

Frase de uma amiga durante a velha e boa discussão sobre homens x mulheres: "mulher é igual a livro, se cuidar direitinho tem pra vida inteira". Na hora concordei, mas depois fiquei pensando que... sei não. É tão simples assim (igualzinho ao comercial)?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Momento sem noção

Hoje vivenciei o meu momento mais joselita-sem-noção da face da terra (para quem não sabe, "joselito sem noção" era um personagem da MTV). Em uma livraria perto de casa, totalmente desligada, pergunto para a vendedora sobre o livro "Quarenta motivos para não ter filhos". Quando olho em volta, me dou conta de que metade da livraria é voltada para crianças, com banquinhos, mesinhas coloridas e tudo mais. A vendedora, é claro, olhou com cara de espanto e respondeu, obviamente, que não. Ao perceber a minha gafe sem tamanho, uma mulher, com um filho pequeno, tentou ajudar:"eu ouvi muito mais do que 40 motivos". Sorri amarelo, botei meus óculos escuros e fui embora sem olhar para trás. Em tempo: o que não faz uma mulher com os hormônios em ebulição!

domingo, 24 de agosto de 2008

Sabedoria Popular II


Conversa entre dois caixas de supermercado (Prezunic de Botafogo, mais uma vez):

- Cara, preciso fazer alguma coisa para melhorar a situação lá em casa. Meu filho nem chora mais, só pia.

- Como assim pia?

- De tanto comer ovo!



Nota da redação: e viva o povo brasileiro!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Perólas das transmissões olímpicas

Sei que fazer programa ao vivo é uma loucura, sei que é a maior correria, sei que a tensão é grande, mas, convenhamos, o que se falou de bobagem nessas olimpíadas não está no gibi (expressão antiga, né?). Um caderninho só não seria suficiente se eu resolvesse usar o método Folha de S. Paulo e anotasse todas as besteiras que foram ditas. Por isso, só guardei duas pérolas... e não vou citar os nomes dos coleguinhas porque não seria bacana da minha parte. Vamos, então, ao que interessa:
1) Locutor do Sportv narrando a modalidade de salto com vara: "vamos ouvir o hino da Rússia que é muito bonito". Hã? Dá pra explicar cara-pálida? Será que ele se referia à melodia? Porque, vamos combinar, entender alguma coisa em russo é missão impossível! A propósito, não tinha aquele recurso de tradução na telinha não.
2) Transmissão do jogo de futebol feminino Brasil x EUA pela rádio CBN. O locutor conversa com o comentarista e o segundo faz a seguinte consideração sobre mulheres goleiras: "é impossível que um ser humano de um metro e setenta e cinco de altura possa cobrir bem um gol ". Pelo que eu saiba, até agora, só mesmo ser humano pode ser goleiro ou goleira. Vacas, cavalos e outros bichos ainda não desempenham essa função.
Se você ouviu alguma pérola olímpica, por favor, dê sua contribuição para o maravilhoso mundo dos comunicadores esportivos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Consciência de classes - o retorno

Conversa entre manicures e clientes hoje num salão do Humaitá:

Cliente 1: olha lá a garota que está querendo arranjar um namorado no programa da Ana Maria Braga.

Cliente 2: ela quer é aparecer. Precisa tomar banho de piscina e levantar a bunda daquele jeito? Tá é querendo arrumar um contrato com a Playboy.

Manicure: a Globo é terrível. Só escolhe gente rica pra esse tipo de programa. Vai eu colocar pra cima a minha bunda enorme e cheia de celulite! E tooooome photoshop!

sábado, 9 de agosto de 2008

Pinguim perdido


Li nesta semana a inusitada notícia de que um pingüim foi encontrado na Cidade de Deus caminhando em direção ao DPO (Departamento de Polícia Ostensiva). Imediatamente lembrei do jeito de andar do pingüim, com aqueles passinhos lentos e o ar de que a vida precisa ser mesmo devagar, e comecei a questionar o que estaria passando pela cabeça daquele pequeno happy feet. Eis que surgiram algumas possibilidades:

1) Ele, é claro, estava perdido nessa cidade de maluco e resolveu pedir ajuda policial.
2) Foi dar queixa da Cerveja Antarctica por usar sua imagem sem pagar os direitos autorais. (Essa é do meu amigo Murilo)
3) Ficou de saco cheio da mulher, bebeu demais, nadou por águas desconhecidas e decidiu conhecer uma tchutchuca no baile funk. Como não sabia aonde era, foi buscar informações no posto policial.
4) Ficou de saco cheio de fazer figuração no filme Marcha dos Pingüins e, então, foi fazer pesquisa de campo para encarnar um personagem-morador-de-comunidade no próximo filme do Fernando Meirelles.
5) Não queria ser capturado por aquele famoso comandante do Corpo de Bombeiros (não vou citar nomes para não ser processada) e virar capa de jornal popular.

E você o que acha? O que queria o pingüim?

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Bolhas, muitas bolhas


Verinha adorava tomar uma bebidinha com as amigas pra falar mal dos outros, desancar o pessoal do trabalho e, de quebra, das amigas que não estavam lá. Os últimos encontros vinham acontecendo ao redor de uma garrafa de espumante, pra ficar mais chique, é claro. Afinal, mulher com o ensino superior completo e uma pós-graduação lato sensu não quer ser apenas inteligente, quer algo mais: quer parecer chique diante das outras. Tinha ainda um agravante: Verinha ouviu um monte de vezes que espumante era coisa de “mulherzinha”. Aí é que ela queria mesmo! Embora negasse de pés juntos, Verinha a-do-ra-va o rótulo.
Numa sexta-feira, depois do trabalho, partiu para o encontro de praxe. Taça na mão, na mesa um porção de amêndoas com passas – sim, amêndoas porque amendoim é coisa de boteco – e os assuntos de sempre: a última bola fora do marido, a amiga que não desencalha, o amigo do marido que só pensa em mulheres mais jovens, a outra amiga que não desencalha, a chefe que todo mundo acredita ser insatisfeita sexualmente. Enfim, a noite que toda mulher vez ou outra pede a Deus, a noite do desabafo! Aquela em que ela pode ficar bêbada, comer porcarias, rir alto, falar a pior das canalhices e não vai ter nenhum macho pra reprimir.
Totalmente alta, Verinha decide ir pra casa. Ao entrar no quarto, encontra a luz do abajur acesa e o marido sentado na cama tentando ler alguma coisa. Tentando, porque, na verdade, ele queria mesmo era esmurrar Verinha e a sua cara cheia de álcool. Mas Verinha não passou recibo (era uma mulher inteligente, ora bolas) e puxou da cartola a brilhante pensata que encerraria a noite:
“Querido, você não deveria ficar chateado. Na verdade, você deveria ficar muito feliz. Sim, porque voltar pra casa é um sinal de amor.”

Depois dessa noite, Verinha tropeçou várias vezes no fio do abajur apagado.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Psicopedagogia de boteco

Uma amiga suburbana estudava antropologia na Uerj - a Universidade do Estado do Rio de Janeiro - e depois de uma discussão mais acalorada com uma companheira de classe foi convidada pela professora a ter uma conversinha individualizada. Já numa sala reservada, a então estudante ouve esta pérola de lição:

- Eu só queria dizer para você que os ricos também sofrem.


Em tempo: a minha amiga conseguiu se formar. A professora ninguém sabe se um dia vai ter alta da análise.

domingo, 13 de julho de 2008

Sabedoria popular


Frase de uma caixa de supermercado (do Prezunic de Botafogo) para uma colega de trabalho:


- Se você se agarra em peixe pequeno, você afunda junto!


Nota da redacão (sempre quis escrever isso): a frase serve para várias situações: marido, trabalho, amigo que não é amigo... e o que mais a imaginação permitir.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A mulher alérgica


A mulher alérgica é incompreendida. Aliás, só tem uma pessoa que compreende a mulher alérgica: outra mulher alérgica. As mulheres alérgicas deveriam organizar uma associação para defender seus interesses na sociedade. A Associação das Mulheres Alérgicas e Incompreendidas, a AMAI. A primeira medida da associação poderia ser a criação de um manual que ensinasse aos não-alérgicos a conviver conosco. Sugestão para o primeiro capítulo: NUNCA DIGA A UM ALÉRGICO QUE O PROBLEMA DELE É EMOCIONAL! É isso mesmo! Você está lá com o nariz mais vermelho do que o do palhaço do circo, mais inchado do que a barriga do Ronaldo Fenômeno, e tem sempre uma mala que diz que a alergia é emocional, que o problema está na cabeça, entre outras barbaridades. Lembro de uma vez que fui a uma festa e o anfitrião tinha um gato, por quem tive uma imediata antipatia. O primeiro pêlo que o bichano soltou foi o suficiente para o meu rosto ficar mais deformado do que a cara de um lutador de boxe nocauteado no meio do ringue. O início da crise, aliás, é um momento de extrema irritação, irritação dupla. Além do incômodo próprio da alergia, todo mundo tem uma receita para ajudar: lavar o rosto com água fria, cheirar uma cebola, beber água...e por aí vai. Depois das receitas, surgem também os diagnósticos, é claro. No dia do gato na festinha, ouvi de uma convidada que a alergia era uma doença psicossomática, que era só eu pensar em outra coisa que passava. Fácil, não? Fiquei me perguntando por que ninguém disse isso antes, assim eu teria poupado muito dinheiro com as caixas e mais caixas de CLARITIN-POLARAMINIE-CETIRIZINA-TALERC(D)-SINGULAIR-RUPAFIN-NASONEX-BUSONID e outros tantos que não recordo nesse momento. Agora, o que mais irrita é namorado insensível, que acha que é tudo-frescura-de-mulherzinha. Esse é um capítulo do manual da AMAI que merece uma atenção especial, inclusive com dicas e sugestões de como os respectivos devem se comportar nessas delicadas horas. Nada de piadinhas, caras de enfado, nem descrença. Ah, e se vier com bicho de pelúcia no dia dos namorados merece ouvir um sonoro: perdeu playboy!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O mundo de Caras em Paraty - segunda parte

Depois de 20 minutos na fila de autógrafos me dei conta de que havia cometido o mesmo erro. Por que estou aqui? O que me fez querer o autógrafo desse homem, cujo livro nem li e, portanto, nem sei se vou gostar? Como já havia muita gente atrás de mim, resolvi continuar. Daí em diante, decidi observar os outros leitores ao meu redor. Eram muitos gaúchos, mineiros, paulistas e pouquíssimos cariocas. Será que é marra de carioca não querer autógrafo? Em um dado momento, uma mulher, com seus 40 e poucos anos, com sotaque carregadamente paulista, desanda a falar. Na verdade, desanda a brigar com uma operadora do seu cartão de crédito. Em poucos minutos, eu já sabia sobre toda a sua pendenga com o cartão: limite de dez mil reais, bloqueado em função de gastos parcelados e de uma clonagem. Esbraveja daqui, reclama do atendimento dali, manda a atendente falar corretamente. “Parece que tá com uma batata na boca, menina, fala direito”, gritou. Ligação desligada, ela resolve criar outros problemas na fila, agora com a organização da Flip. E tome reclamação: “o povo não pode tirar foto, tá demorando demais”, “é melhor não deixar mais ninguém entrar”, “não dá pra puxar conversa com o autor”. Como seu jeito caveirão de ser já estava me irritando, resolvi puxar papo com uma senhora. E o que faz uma velhinha quando se dá conta do início de uma conversa? Logo quer participar, é claro. Então, me vi num intenso bate-papo sobre literatura com duas senhoras. A carioca queria o autógrafo no livro para presentear a amiga, já a mineira dizia ter direito a tudo: fotos ao lado do escritor, dedicatória personalizada, beijinhos e abraços. E quando ri da sua atitude tiete, ela respondeu: “quando você chegar na minha idade vai entender que não se tem vergonha de nada”. A frase desmontou todo o meu castelinho de insensibilidade. Quando chegou sua vez, a senhorinha mineira - feliz como pinto no lixo, como diria Jamelão - sorriu, tirou a foto e ainda me deu um tchau cheio de alegria. Fui embora com a impressão de que não entro mais em filas de autógrafos, mas aprendi a respeitar quem entra, especialmente quando o desejo é apenas ter um pouco de proximidade com aquele que escreveu ou disse algo que o tocou.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O mundo de Caras em Paraty

Este blog esteve fora do ar por vários dias porque estive na Flip, a Festa Literária de Paraty. Muita gente nas ruas, restaurantes com péssimos serviços, bons debates, outros muito ruins. Tudo isso vocês leram nos jornais, nenhuma novidade. A novidade é que resolvi fazer algo que costumo recriminar: pegar autógrafo de autor que não conheço. Explico: só costumo pegar autógrafos de livros de amigos, afinal amigos vão a lançamentos de livros de amigos para apoiar a iniciativa, mesmo que tenham que tomar aquele vinhozinho branco que não serve nem para cozinhar. Assisti a algumas mesas bem interessantes e me vi completamente apaixonada por duas escritoras: uma portuguesa e uma nigeriana. Inês Pedrosa foi brilhante, arrancou risos e conquistou a simpatia da mulherada. Pronto, foi o suficiente para a fila ficar gigantesca. Fugi dessa. Mas no caso da nigeriana, me vi obrigada a entrar. A fila não estava tão longa e eu estava realmente decidida a passar por aquela situação. Me peguei, como qualquer tiete de 15 anos, querendo virar amiga de infância daquela pessoa. É claro que o momento do autógrafo não passou de um “thank you”. Curiosamente, confesso que saí decepcionada com Chimamanda. Coitada, ela não tem culpa, a “piração” é toda nossa. Será que estamos todos influenciados por Caras, querendo conhecer a casa e a intimidade da celebridade, neste caso a literária? Tudo bem, decidi, então, que a minha pesquisa antropológica terminara ali. Continuaria como sempre, comprando os livros, lendo, gostando algumas vezes, outras nem tanto. Não consegui manter minha promessa. No dia seguinte, assisti ao debate entre os escritores Pierre Bayard e Marcelo Coelho. E lá estava eu, depois do debate, na fila de autógrafos.

Essa história continua em outro post para não cansar você!

domingo, 6 de julho de 2008

Sopa de letrinhas

Frase estampada numa Kombi branca que seguia hoje à noite na Avenida Brasil:

"É muito fácil falar mal de mim. Difíceo é ser eu."

Deve ser difícil mesmo!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Loucuras infantis

Que criança diz o que pensa, todo mundo sabe. E todo mundo sabe também que, muitas vezes, elas pensam e dizem coisas que embaralham a cabeça de qualquer um. Uma amiga estava andando por uma rua quando a filha de uma outra amiga começa a gritar seu nome. Esbaforida, a criança afirma que tem uma coisa para contar para ela. Intrigada, minha amiga pára e ouve a seguinte pérola: "minha mãe está com celulite". Rapidamente, minha amiga pensou na possibilidade de a menina ter ouvido alguma reclamação da mãe naquela hora, nem sempre amena, de encontrar alguma salvação no guarda-roupa. O mal-entendido só se resolveu com a intervenção da babá que explicou: "querida, sua mãe está com sinusite".

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Homem-ogro

De um grande amigo ao ser convidado para dançar forró numa festa junina:

- Dançar só tem um sentido: o acasalamento. Como já sou casado, então não preciso passar por isso.

Moral da história: depois eles reclamam da debandada do mulherio para o clube da Ana Carolina.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

extra, extra, extra

A notícia é fresquinha: a Anvisa proibiu a veiculação da propaganda do Activia que prometia mundos e fundos para quem tem aquele probleminha - principalmente mulheres - de incompatibilidade com o vaso sanitário. Só tenho uma dúvida: por que demorou tanto tempo para descobrir que a propaganda era enganosa? Enquanto isso, a empresa vendeu que foi uma beleeeeza! Como diz o Zé Simão, deixa eu pingar o meu colírio Alucinógino!

Viagra de mineiro


Li essa semana nos jornais uma pesquisa que mostrava que o mineiro é o povo que faz mais sexo no Brasil. A pergunta que não quer calar: viagra de mineiro é pão de queijo? Essa é a reflexão da semana, hein!!!


ôps.: lembrei que meu amigo Murilo tem uma série "a pergunta que não quer calar". Então tá, hoje vai ser cópia mesmo!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sobre bundas e peitos



Meu amigo Murilo Ribeiro comentou no seu blog a bizarrice do momento: a mulher big coke. Com a onda de melancias, jacas, melões e morangos, achei que só nos restava - as desprovidas de todas as frutas - correr atrás do prejuízo e tentar virar a mulher Hortifrutti. Agora, com essa novidade, fiquei me perguntando o que mais vem por aí para mexer com o imaginário masculino e atormentar o feminino. Sei lá... quem sabe mulher-double-mac-x-duplo-big-taste? Que tal? Como seria?

domingo, 22 de junho de 2008

A vida como ela é


Muitas das histórias que escrevo aqui são contadas por amigos ou pinçadas de conversas alheias. Escrevo isso para afirmar que a história que vou contar agora não é mentira. É que o enredo é tão surreal, mas tão surreal que parece "almodovariano", se é que o termo existe. Então, vamos lá. O sujeito tem uma profissão que exige que ele fique dias, às vezes semanas, fora de casa. Isso favorece que ele tenha mais de uma família e, em alguns casos, uma não sabe da outra. Em uma das visitas em uma de suas casas, o trabalhador se deparou com uma figura masculina meio franzina, o que o fez pensar que era uma criança. Imagem reforçada pela companheira do momento. A mulher fez questão de dizer que era um primo distante e que, portanto, a criança estava sob seus cuidados. E foi além, disse que ele deveria dormir no quarto do casal porque tinha medo do escuro. Convencido de que se tratava de uma criança, ele acolheu a sugestão da mulher. Passadas algumas semanas, o trabalhador retornou para casa e deu de cara com a suposta criança tomando banho e tamanha foi a surpresa ao ver as partes íntimas do primo, nem tão distante assim da sua mulher. A "criança", na verdade, era uma anão!!! O trabalho do anão era dar uma forcinha para a mulher na ausência do dono da casa. Agora você aí que está lendo essa história, diz para mim se o mundo não é mais Almodóvar do que a gente imagina?

This blog makes me think


Minha amiga Isabella Saes fez uma gentileza imensa ao citar esse humilde (e inconstante) blog numa corrente bem bacana, nada a ver com as chatices que rolam pelos e-mails afora. Funciona assim: um amigo indica o seu blog, você, então, faz um post no seu blog para agradecer e ainda indica outros amigos. E assim vai. Então, mais do que recomendo dar uma chegada - ou muitas - no blog da minha querida Bella que, com sua mente inquieta, põe a gente para pensar... e muito! Em tempo: minha lista de recomendações é eclética, espero que gostem. Detalhe importante: está em ordem alfabética para não causar ciumeira. Sendo assim, lá vai:

Babelturbo
Finaldenamoro
Histórias do Brasil
Pentimento
Pontos de Partida

É isso! Divirtam-se!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Consciência de classes

Conversa entre um trocador e um motorista de um ôninus da linha 434 (Grajaú-Leblon) sobre o shopping Leblon, reduto dos ricos da zona sul carioca:

Trocador: esse shopping não tem nada que preste. Não tem uma loja da C&A, da Di Santini ou das Casas Bahia!

Motorista: ihhh, rapaz. Isso é shopping de bacana. Eles não querem loja de pobre pra não fazer tumulto.

domingo, 8 de junho de 2008

O doce sabor da vingança


Não me considero uma pessoa vingativa, não mesmo. Mas confesso que em época de desfiles, principalmente com o figurino do verão, eu me sinto vingada quando vejo aquelas modelos magérrimas vestindo as roupas que eu gostaria de poder entrar sem encolher a barriga. Explico: hoje mesmo comi uma bela feijoada, acompanhada da velha e boa cervejinha, quando lembrei: "como é bom ser uma mulher real". E a mulher real come, pelo menos de vez em quando, sem nenhuma culpa e só vai pensar se entra ou não entra no biquíni quando a estação adequada chegar.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ecos da Terrinha


Depois de quase dez horas de vôo, numa poltroninha que mais parece feita sob medida para crianças, chegamos finalmente no país da piada pronta, com perdão do trocadilho roubado. Mesmo cansados, esperamos quase duas horas para sermos aceitos, afinal temos um produto tipo exportação muito visado pela polícia federal daquele país: o trabalhador. Quando estou quase me despindo dos trópicos e incorporando o jeito europeu de ser, eis que surge uma senhora para me colocar no meu devido lugar: "Ei, você acabou de chegar de Fortaleza?". Pois bem, eu que sou metade portuguesa e metade cearense caí na real, meu disfarce foi descoberto. Como dizem lá os gajos lusitanos: "É o que é e pronto!".

sábado, 10 de maio de 2008

Loucura, loucura, loucura


O que foi o capítulo de Duas Caras hoje? Duas senhoras, vestidas para um baile ou para uma festa cheia de pompa, resolvem andar no calçadão como se fosse a coisa mais natural do mundo caminhar naqueles trajes na beira da praia. E mais: uma delas apanha absurdamente de dois ladrões e a outra resolve pegar em um microfone para protestar? Como assim? Que amiga é essa que não se preocupa em socorrer alguém que acabou de ganhar um sacode? Que amiga é essa que não chama o corpo de bombeiros ou qualquer outro tipo de ajuda? Sei não. Achei um enredo meio estapafúrdio: a mulher tem um surto de BASTA, passa a mão em um microfone de um carro de pamonha e resolve gritar para os ricos da Zona Sul que o bicho tá pegando... Não sei se fiquei tanto tempo sem ver novela e desacostumei, mas o fato é que as loucuras dos novelistas deveriam virar tese de psiquiatria. De onde eles tiram tantas histórias sem sentido? Ou os loucos somos nós que, mesmo afrontados, continuamos a dar audiência para esse pessoal? Controle remoto neles!!!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Galo cantou!


Vi hoje à noite no jornal local da Band que uma senhora levou um galo para a igreja de São Jorge para agradecer uma graça atendida... ao galo. Segundo ela, o galo, ainda pinto, estava fraquinho, fraquinho e a reza forte para o Santo Guerreiro devolveu ao penoso o vigor de antes. Com isso, ele pôde crescer como um galo deve ser: forte e altivo. E lá estava ele em frente à igreja todo faceiro sendo puxado por uma cordinha como se cachorro fosse. Sei não, fé é fé e merece ser respeitada, mas achei que, do jeito que as coisas estão aqui na cidade maravilhosa, São Jorge está com a agenda cheia e tem mais o que fazer.

domingo, 20 de abril de 2008

Filosofia de boteco - segunda parte


No momento em que externava minha empolgação com o único gol do Botafogo na partida, um sujeito ao meu lado se anima e vai logo dizendo que nós duas só poderíamos ser botafoguenses! Como encontrou um suposto ponto de proximidade, ele resolveu dar palpite na escolha da marca da nossa cerveja e na conversa também. Ficou chocado ao ouvir da minha amiga que ela tinha horror ao time em questão porque o ex-marido era fanático. Daí em diante o nosso terapeuta de boteco não parou mais... contou que era casado há 20 anos, que era bom ter alguém para dividir a vida, mas que uma coisa não saía da sua cabeça: a infidelidade faz bem para o casamento! Isso tudo depois de afirmar que era um estudioso das relações humanas - tinha feito a velha e infalível faculdade da vida - e de garantir que a mulher que traía era mais feliz. Réu confesso, admitiu a impossibilidade de oferecer esse (bom) conselho para sua mulher, mas que se ela"pulasse a cerca" o casamento certamente acabaria. Entre um gole de cachaça e outro de cerveja, disse ainda que não conseguia entender como o ser humano não se dá conta do "ciclo da vida", de que no final de tudo "é a morte". E antes de passar a régua e fechar a conta, mostrou as duas sacolas em cima do balcão, onde estavam dois pratos de feijoada que ele prometera levar para casa havia duas horas.
- Não tem problema, eu já liguei para ela e disse que a fila estava grande. Então, vou doar essa e pedir ao garçom uma mais quentinha.

Filosofia de boteco - primeira parte


Dia de decisão no maracanã, marido fora de casa, momento mais do que certo de partir para o bar para botar a conversa em dia e, principalmente, ficar de pilequinho e falar mal de tudo e de todos, inclusive dele. Hoje foi um desses dias. Enquanto botafogo e fluminense se sufocavam com aquele pó-de-arroz nojento, naquele estádio que um dia foi de machos, nós, mulherzinhas convictas, fomos fazer aquele programa que a-do-ra-mos: comer uma comidinha cheia de frescuras, que nunca comeríamos com nossos companheiros, beber aquela capirinha da fruta mais exótica do estabelecimento - sempre motivo de piadas infames - e, depois da farra gastronômica e etílica, fazer as compras básicas naquela loja "muderninha" de Santa Tereza. Não satisfeitas com tamanha liberdade, resolvemos esticar em outro boteco para tomar a saideira. Foi aí que me peguei torcendo como louca para o Botafogo, embora seja vascaína. Concluí que minhas amigas tinham razão: se o time do marido perde, o fim de semana acaba. Era melhor manter o feriadão animado!


continua...

quinta-feira, 10 de abril de 2008


Hoje fui surpreendida pelo choro doído de uma amiga de trabalho. Soluçando, mal conseguia explicar por que chorava. Ela chorava porque viu uma mãe com quatro filhos pedindo esmolas na esquina. Uma das crianças é uma menina que, pela forma como se locomove, já deve ter completado um ano, mas que tem aparência de uma criança de seis meses. Acho que não preciso explicar os motivos. Minha surpresa não foi por causa da história, tenho que admitir, mas sim pelo estado em que ficou minha amiga, realmente comovida por uma história que parece que nos acostumamos a conviver. Fui tomada por um profunda tristeza. Já passei por essa esquina inúmeras vezes, já vi essa família algumas vezes e agora percebo que não consegui me comover. Fui para casa sem conseguir parar de pensar numa pergunta: a quem interessa que percamos a nossa capacidade de indignacão? Certamente, não é aquela criança. Ainda bem que a minha amiga ainda não foi contaminada pela doença da apatia diante do caos.

ps.: ao pensar nessa história, esse quadro de Portinari não saía da minha cabeça. Para quem não conhece, chama-se "Retirantes".

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mao amarela!


Todo mundo acha que trabalhar na tevê é um glamour só, mas o que muita gente não sabe é que os profissionais da telinha também têm os seus dias difíceis. Aliás, o povo adora quando um apresentador faz uma besteira, talvez as escorregadas, que diga-se de passagem fazem parte de qualquer profissão, aproximem aqueles seres encaixotados daqueles que estão sentados no sofá. Psicologia - sem fundamento, é claro - à parte, o que importa neste post é dizer que a gente passa por maus bocados de vez em quando, principalmente quando o programa é transmitido "ao vivo". E confesso: no momento em que o escorregão acontece a gente quer morrer, sumir, ser abduzido por um extraterrestre... mas depois que o tempo passa é possível dar boas gargalhadas ao lembrar de algumas situações embaraçosas. Foi o que aconteceu hoje comigo. Uma amiga - ou inimiga, quem sabe - me fez o favor de lembrar de um dia de profunda distração em que chamei um convidado de....peido, isso mesmo o sinônimo de flatulência. O nome dele era.... Pedro! Atire a primeira mão amarela aquele que nunca foi traído por seus pensamentos!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Agua que passarinho bebe


Motorista de táxi tem sempre uma história para contar... e quase sempre um conselho para dar ou uma observação a fazer...
Dia desses resolvi voltar para casa de táxi porque meu carro estava na oficina. Cansada, resolvi não dar muita bola para evitar que o trabalhador do volante se empolgasse e começasse a falar. A estratégia não foi boa. A conversa girou em torno do assunto do momento: a dengue. Eis que ele resolve se gabar e dizer que seria díficil a doença derrubá-lo, caso fosse infecctado, porque ele tem uma arma poderosa: ele bebe muuuiiiiitaaaa água! E tome de falar dos benefícios da branquinha. Resignada, decidi contribuir com o diálogo, acabei confessando que precisava adquirir esse hábito porque não bebia nem um litro d'àgua por dia. Foi aí que ele deu a sentença final:
- Moça, passarinho bebe mais água que a senhora!!!

Fiquei pensando o quanto eu poderia ter economizado com nutricionista se tivesse entrado naquele táxi alguns anos antes. O método de convencimento dele foi bastante eficaz. No dia seguinte comecei a ver o líquido com outros olhos.

domingo, 16 de março de 2008

Era uma vez uma praia


Hoje fiquei muito triste ao abrir o jornal e ver que a Baía de Sepetiba secou. A imagem, desoladora, lembra mais o chão do sertão. As águas daquela Baía fazem parte da minha infância, era na praia de Dona Luiza - rebatizada de praia do Recôncavo, segundo site do Governo do Estado - que eu costumava ser feliz nos verões quentes. Uma vez eu e minha prima Roseli resolvemos ir sozinhas à praia, nada demais se não tivéssemos 12 e 15 anos, respectivamente. Roseli era meio "avoadinha", termo da família, e eu um pouco mais séria, mas nada que impedisse de cometer as loucuras compatíveis com a idade. Como meus pais trabalhavam e eu ficava sozinha em casa com meus irmãos, que também não esquentavam o sofá, não havia barreiras. O cenário era perfeito. Não precisava mentir, apenas omitir: era só dizer que fui para a casa de amigos. Mas havia um detalhe muito importante: não tínhamos dinheiro e não poderíamos pedir para que não desconfiassem de nada. Juntamos alguns trocados e partimos assim, com a cara e com a coragem! Primeiro era preciso pegar um ônibus de Realengo até Campo Grande, um trajeto que durava em média 40 minutos. Chegando lá mais um ônibus até Sepetiba. Quase duas horas depois de termos saído de casa, lá estávamos, maravilhadas com o mar sem ondas da praia de Dona Luiza. Dava para mergulhar, pular e até fingir que sabíamos nadar... tudo com a mão encostando na areia, é claro. Como não tínhamos dinheiro, resolvemos levar o lanche preparado em casa: dois pães franceses, duas lingüiças e nada mais. Após quase quatro horas nessa farra, a fome, obviamente, começou a apertar. Era hora de voltar para casa. Na fila, à espera de mais um ônibus, Roseli começa a se sentir mal. Uma reação natural, resultante da combinação de muito sol, nenhum protetor solar e pouquíssima comida. Pega uma moeda daqui, outra dali.... e consegue-se o suficiente para comprar um picolé do China. O sabor escolhido foi o mini-saia: metade maracujá, metade uva. Eis que Roseli resolve dar outro destino ao picolé: a sua testa. Para mim um tamanho desperdício porque eu adorava aquela estranha mistura de sabores. Sentadas no último banco do coletivo, para aproveitar os sacolejos ao longo da viagem, tivemos uma crise de riso com a cena. Até hoje, quando raramente encontro Roseli, essas lembranças nos fazem dar muitas gargalhadas. Memórias que eu guardei aqui.

terça-feira, 11 de março de 2008

Hora da verdade II


Uma amiga passava perto de uma obra e ouviu a seguinte pérola de um trabalhador brasileiro:" a mulher pode até ser coroa, mas quando dá pra ser mulher....". A pergunta que não quer calar: era uma cantada ou uma ofensa? Homens, ô raça!!!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Hora da verdade

A gente se dá conta de que realmente envelheceu quando alguém bem mais novo diz: "você ainda bate um bolão". É hora de ir com mais freqüência para a academia e tentar fazer de tudo para a bola não murchar de vez. Em tempo: para quem não sabe, a expressão mais atual da "homarada" para uma mocinha bonita é: "que gata!"

terça-feira, 4 de março de 2008

Trote politicamente incorreto

Hoje, num sinal de trânsito do centro da cidade, me deparei com uma cena que me causou um profundo incômodo: três jovens, sem camisa, pintados em várias partes do corpo, jogavam bolinhas para tentar receber uns trocados e, assim, comemorar o fato de terem ingressado na universidade. Seria engaçado se não fosse patético. Não tenho nada contra se divertir por ter conseguido entrar para a faculdade. Sem dúvida, é, de fato, algo a se comemorar. Mas, é, no mínimo, de mau gosto ver alguma graça numa atividade realizada, em quase toda esquina do Rio de Janeiro, por garotos que fazem isso porque não têm o que comer. A brincadeira, na minha modesta opinião, deveria ser objeto de debate no primeiro dia de aula na universidade.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Caindo na real


Lá estava ela, toda-toda no seu terceiro dia de aula de remo. Sim, remo. Era o exercício do momento, com as costumeiras promessas de conquista de um corpo ideal. O curso era na Lagoa Rodrigo de Freitas, bela como sempre, suja como sempre também. Era verão e o sol estava como de costume nessa época: es-cal-dan-te. Pior ainda quando se faz atividade física ao ar livre às 10 da manhã. Voltemos ao terceiro dia: momento de superação de obstáculos. Ela tinha saído daquele tanque de treinamento constrangedor, lugar onde se rema, rema e não chega a lugar nenhum. Tinha chegado o momento de glória, a coroação pelo seu bom comportamento dentro daquela banheira. O prêmio era remar sozinha nas águas nada claras da Lagoa, sem mãozinha, sem rodinha, sem ninguém para pedir apoio na hora da queda. O começo foi meio cambaleante, assim como o primeiro dia de toda criança em cima de uma bicicleta. Mas, aos poucos, o remo foi sendo dominado e lá estava ela atravessando pra lá e pra cá a imensa Lagoa. O visual era incrível, a sensação de liberdade também. Depois de quase uma hora remando, ela já se achava quase uma profissional. Feliz e contente pela façanha, decidiu que aquele seria o esporte da sua vida. Isso até passar um ônibus com um sujeito com a cabeça pra fora da janela e gritar: "rema, rema filha da puta"! A "remadora por três dias" hoje caminha ao redor da Lagoa sem nem olhar para aquele canto.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Samba de um refrão só

Algum noveleiro aí de plantão ainda agüenta aquele sambinha que acompanha o personagem Zé da Feira da novela Duas Caras?



Se liga na moral
Abre o olho
Quem vai pela cabeça dos outros menina
É piolho

Pergunta que não quer calar: alguém sabe como é o resto do samba? Aceito contribuições.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Assassinaram o camarão



Diálogo entre amigas sobre um jornalista de televisão:
- Ele fez uma coisa muita feia: deu "carteirada" para entrar em um portão do sambódromo.
- Querida, isso não me espanta. Ele gosta de cascata de camarão!


Tradução livre: gostar de cascata de camarão hoje em dia é sinônimo de cafonice.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ecos do carnaval

O bloco avançava pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana, passava da meia-noite e uma chuva forte resolveu refrescar os foliões sedentos de alegria naquele início de carnaval. Para ser fiel aos fatos, o bloco era, na verdade, formado por meia-dúzia de músicos e por uma multidão que não conseguia entrar em sintonia sobre a música que estava sendo cantada: na frente rolava um "mamãe eu quero", enquanto lá atrás ouvia-se um "alalaô". Quase na chegada no ponto de onde o bloco havia partido, um grupo de marmanjos resolve mexer com uma mulher que assistia a tudo da sua janela: "tira, tira", gritaram exaltados. Empolgada com a animação da rapaziada, a mulher resolve fazer o que eles pediam. Vocês sabem qual foi a resposta imediata do clube dos machos? Em coro eles girtaram:"Piranha, piranha!!!". Esses homens são mesmo muito esquisitos: quando a mulher não cede é jogo duro e quando faz o que eles querem é agraciada com o nome desse peixe de água doce. Vai entender!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Suburbanices - primeira edição

Uma amiga, ex-moradora do bairro de Campo Grande, localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, foi à uma festa no Leblon, num apartamento de frente para a Rua Visconde de Albuquerque. Lá pelas tantas, depois de uma bebida e outra, ela resolve ficar quietinha e contemplar a paisagem encostada na janela. Depois de alguns minutos de observação, ela é abordada pela anfitriã (sim, porque rico é anfitrião, jamais dono ou dona da casa), preocupada com o distanciamento da sua convidada. Ao ser questionada do motivo de estar tão compenetrada, a jovem diz que está observando o valão que corta a rua. Pronto, estava armado o flagrante da suburbanice. Valão??? Onde tem valão na Zona Sul? Daquele dia em diante ela passou a entender que lá, definitivamente, não é como cá: a denominacão correta do local por onde percorrem esgoto doméstico, lixo e outras porcarias por essas bandas é canal.

Suburbanices

Com o fim do blog suburbiatales, nós, suburbanos espalhados pelo mundo, ficamos órfãos e sem registro do nosso modo de vida. Não pretendo rever aqui os clássicos do blog, como a descrição do dia de são Cosme e são Damião, por exemplo, mas gostaria de contar outras histórias, relembrar outras suburbanices que vivi e que ainda vivo. Afinal, dizem que a gente sai do subúrbio, mas que o subúrbio nunca, nunca mais larga a gente. Então, este é mais um tema que vai rolar de vez em quando por aqui: as suburbanices.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Amigos

O que pensar quando no dia do seu aniversário as três primeiras ligações para o seu celular são de felicitações do pessoal dos negócios? Explico: a primeira ligação foi de uma loja de roupas, a segunda também e a terceira, na verdade um torpedo, foi da operadora do celular. Como boa suburbana, fiquei feliz em ter descontos nas lojas que ligaram, afinal a gente não larga uma promoção. Já no caso da operadora de celular me bateu uma revolta: como assim uma empresa de telefonia, que é puro marketing, liga antes dos amigos? Como diria minha amiga Naila Oliveira: "Com que objetivo?". Continuar com uma cliente faladeira e que gasta muito que nem eu, claro. Depois da revolta veio a paranóia: meu prestígio com os amigos anda baixo...até passar do meio-dia e descobrir que todos são iguais a mim: não se dão lá muito bem com as manhãs. À tarde meu telefone não parou mais.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Os sem poesia

O Humaitá é um bairro carioca que fica entre Botafogo e o Jardim Botânico. Embora seja um bairro de passagem, tem lá os seus encantos: é perto da Lagoa, tem ruas residenciais arborizadas e vista para o Cristo, além da Cobal. Aliás, esse é o meu lugar preferido, lá encontro tudo o que preciso: frutas, legumes, chopp, loja de vinhos (com bons espumantes que, obviamente, são artigos essenciais na geladeira da mulher moderna), flores e roupas. Mas alguma coisa estranha acontece com os trabalhadores do comércio local: é um mau humor de fazer francês ficar ruborizado. Não sei se tem a ver com a água ou com o contra-cheque, só sei que eles quebram todas as regras do bom atendimento. Um sorriso por essas bandas é mais raro do que talão de estacionamento do vaga certa. Minha experiência com o tema - e não é pouca, admito - me diz que o donos de estabelecimento precisam de um consultoria urgente no ramo, com direito a workshop (ou oficinas, como preferem os defensores da língua) em que o pessoal possa beijar pedra e abraçar árvore, sem medo de ser feliz.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Feliz ano novo!

"Pede para sair 07!!! Agora é a vez do 08".

Em tempo: esse deveria ser o último post de ontem, mas confesso que ele só surgiu depois que os fogos estouraram e que as bolhas do champanhe começaram a borbulhar na minha cabeça também. Ah, e eu não tinha lido o Kibeloco (antes que alguém me acuse de ser Elza Truqueira!!!).

Fala serio!

Todos os anos, assim como milhares de cariocas, chova ou faça sol, dou o meu tradicional mergulho no mar no último dia do ano, o ritual inclui também a entrega das palmas para a rainha do mar. Ontem não foi diferente: lá estava eu em Ipanema feliz e contente porque, depois de muitos anos, tinha achado belas palmas brancas e amarelas. Fui recebida na areia com um raivoso protesto de uma mocinha (leia-se patricinha). Ao me ver com as flores nas mãos, ela esbravejou para o coqueirão inteiro ouvir: "Que saco! Não agüento esse pessoal que vem sujar a praia", reclamou a moçoila. Sinceramente, não entendi nada! Como diz um amigo meu, ela não devia estar "pura". Rio de Janeiro, dia 31 de dezembro, faltando poucas horas para o ano novo e a figura não quer dar de cara com oferendas no mar??? Na linguagem posto nove: "Caraca, mané. A mina é mó viagem".