domingo, 20 de abril de 2008

Filosofia de boteco - segunda parte


No momento em que externava minha empolgação com o único gol do Botafogo na partida, um sujeito ao meu lado se anima e vai logo dizendo que nós duas só poderíamos ser botafoguenses! Como encontrou um suposto ponto de proximidade, ele resolveu dar palpite na escolha da marca da nossa cerveja e na conversa também. Ficou chocado ao ouvir da minha amiga que ela tinha horror ao time em questão porque o ex-marido era fanático. Daí em diante o nosso terapeuta de boteco não parou mais... contou que era casado há 20 anos, que era bom ter alguém para dividir a vida, mas que uma coisa não saía da sua cabeça: a infidelidade faz bem para o casamento! Isso tudo depois de afirmar que era um estudioso das relações humanas - tinha feito a velha e infalível faculdade da vida - e de garantir que a mulher que traía era mais feliz. Réu confesso, admitiu a impossibilidade de oferecer esse (bom) conselho para sua mulher, mas que se ela"pulasse a cerca" o casamento certamente acabaria. Entre um gole de cachaça e outro de cerveja, disse ainda que não conseguia entender como o ser humano não se dá conta do "ciclo da vida", de que no final de tudo "é a morte". E antes de passar a régua e fechar a conta, mostrou as duas sacolas em cima do balcão, onde estavam dois pratos de feijoada que ele prometera levar para casa havia duas horas.
- Não tem problema, eu já liguei para ela e disse que a fila estava grande. Então, vou doar essa e pedir ao garçom uma mais quentinha.

2 comentários:

isabella saes disse...

Hahaha! Adorei! Você sabe que eu não tenho time, mas me pego torcendo pelo Botafogo por causa do meu pai. Maridão, graças a Deus, não tá nem aí quando a bola rola. Bom, espero que o novo amigo não tenha perturbado muito o seu momento de liberdade!!! Beijos.

Bárbara Pereira disse...

Bella, querida.

nós, mulheres, sempre querendo agradar aos homens... maridos, pais, filhos...
beijos e obrigada pela visita