quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Menino nada maluquinho

De um garoto, de mais ou menos sete anos, para o pai sentado na cadeira do barbeiro:

- Pai, seu cabelo está ficando horrível!

Não preciso nem dizer como ficou a cara do barbeiro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Verdades da internet

Acabo de receber esse e-mail de uma amiga que, por sua vez, estava repassando. O autor é desconhecido, mas ganhou a minha admiração para sempre com esse texto cheio de verdades que divido aqui com vocês, meus 11 leitores:



MEUS AMIGOS,
MUITO OBRIGADO POR REPASSAREM PARA MIM AS 4512 MENSAGENS E CORRENTES INFALÍVEIS !!!
NESTE ANO, GRAÇAS A ELAS, TOMEI ALGUMAS ATITUDES QUE MUDARAM MINHA VIDA:

1. JÁ NÃO SACO DINHEIRO EM CAIXA ELETRÔNICO PORQUE VÃO ME COLAR UM
ADESIVO AMARELO OU JOGAR UMA LINHA NO MEU OMBRO E QUANDO EU DOBRAR A
ESQUINA VÃO ME ROUBAR;

2. JÁ NÃO TOMO COCA-COLA PORQUE ME AVISARAM QUE SERVE PRA LIMPAR
MÁRMORE E QUE UM CARA CAIU NO TANQUE DA FÁBRICA E FICOU TOTALMENTE
CORROÍDO;

3. NÃO VOU MAIS AO CINEMA COM MEDO DE SENTAR NUMA AGULHA CONTAMINADA COM O
VÍRUS DA AIDS;

4. ANDO COMO UMA INHACA DE GAMBÁ VIOLENTA PORQUE DESODORANTE CAUSA
CÂNCER NOS GÂNGLIOS;

5. NÃO ESTACIONO O CARRO EM SHOPPING CENTER COM MEDO DE CHEIRAR
PERFUME E SER SEQÜESTRADO;

6. NÃO ATENDO MEU CELULAR COM MEDO QUE ALGUÉM PEÇA PARA DIGITAR
55533216450123= T4RH2 E EU TENHA QUE PAGAR UMA FORTUNA DE LIGAÇÃO
PARA O IRÃ, OU ENTÃO OUÇA UM ANALFABETO DIZER QUE SEQUESTROU MINHA
FILHA ENQUANTO UM OUTRO ANALFABETO BANDIDO FICA GRITANDO QUE NEM
VIADO.....AI PAI, AI PAI;

7. NÃO COMO MAIS BIG-MAC POIS É TUDO FEITO COM CARNE DE MINHOCA COM
ANABOLIZANTE;

8. NÃO COMO MAIS CARNE DE FRANGO OU CHESTER POIS OS FRANGOS FORAM
ALTERADOS GENETICAMENTE, TOMAM HORMÔNIOS FEMININOS E TÊM
SEIS ASAS, OITO COXAS E NÃO TÊM BICO, PENAS NEM CABEÇA;

9. NÃO SAIO COM MAIS NINGUÉM PORQUE TENHO MEDO DE ACORDAR
NA BANHEIRA CHEIO DE GELO E SEM MEUS RINS;

10. REFRIGERANTE EM LATA, NEM PENSAR!!! TENHO MEDO DE MORRER DE
LEPTOSPIROSE DO MIJO DO RATO;

11. NÃO TENHO MAIS NENHUM TOSTÃO POIS DOEI TUDO PARA A CAMPANHA EM
PROL DA OPERAÇÃO DA NILDINHA, QUE É UMA MENINA QUE PRECISA FAZER UMA
OPERAÇÃO URGENTE POR TER SOMENTE MAIS DOIS MESES DE VIDA (DESDE 1993);

12. ESCREVI EM 500 NOTAS DE R$1,00 UMA MENSAGEM PARA A NOSSA SENHORA
DA FRIEIRA ME DAR MUITO DINHEIRO E ACABEI PERDENDO UMAS 20
NOTAS POIS EU ESCREVI DEMAIS;
Justificar
13. ESTE MÊS DEVO RECEBER UM CELULAR POR TER REPASSADO
OS E-MAILS PARA 2366 AMIGOS, E MÊS QUE VEM RECEBO OS U$1.000,00 DA
AOL E DA MICROSOFT, ALÉM DOS PRÊMIOS DA NESTLÉ;

14. NÃO BEBO MAIS REFRIGERANTE KUAT, POIS ELE TEM UMA SUBSTÂNCIA QUE
NOS TORNA BEIJOQUEIROS IMPLACÁVEIS;

COMO JESUS E NOSSA SENHORA JÁ DEVEM ESTAR MORANDO AQUI EM CASA DEPOIS DE TANTA
VISITA DELES QUE RECEBO POR EMAIL, EU LHES PEÇO QUE VOCÊS
NOS POUPEM PELO MENOS
DURANTE O NATAL E ANO NOVO.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A faxineira comediante

Já falei dela aqui em outras ocasiões, mas ela tem histórias para encher esse blog de posts. Pauli é batalhadora, tem três filhos e um bom humor impressionante. Com ela não tem perrengue. Quando vem aqui - a cada quinze dias - tem sempre algo engraçado pra contar. Ontem não foi diferente. Enquanto eu tomava café, ela explicava porque só levava cerveja da marca Cintra para a praia:

- É que eu frequento a praia ali em Ipanema perto do canal. E sempre tem a vizinhança de olho na minha cerveja. Por isso, levo a Cintra que ninguém gosta e aí ninguém pede.

E não satisfeita na descrição dos seu companheiros de bairro, emenda:

- E vou te contar: é uma vizinhança fofoqueira. Uma vez levei um caldo e quando cheguei na minha rua todo mundo já sabia.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Religião da Madonna

Dizeres de uma barraca na praia de Ipanema, bem ali no point gay:

- Eu encontrei Jesus. E você?

Se eu não estivesse com pressa para dar um mergulho, teria o maior prazer em escrever com letras bem grandes:

- Adoraria! Mas a Madonna chegou primeiro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Perderam a medida do mundo

Essa frase é do meu chefe, tão boa que eu vou passar a usá-la aqui no blog sempre que souber de alguma bizarrice dessa terra de meu Deus. Pois a primeira coisa estranha dessa série vem da edição nº 37 da revista Piauí. A matéria publicada na página nº 82 conta a história da morte - simbólica, tá gente - dos papa-defuntos. Os profissionais que passam a régua no caixão estão com os dias contados porque o "empreendedorismo" já descobriu um jeito de se instalar por ali e agora existe uma coisa chamada TANATOPRAXIA, cujo o sistema consiste no seguinte: dar uma guaribada naquele que fez a passagem. Uma espécie de maquiagem turbinada, com produtos capazes de deixar o morto com cara de vivo.

Gente, perderam ou não perderam a medida do mundo?

sábado, 14 de novembro de 2009

Rescaldos do Piauí

Todos os meus amigos sabem que passei 4 dias em Teresina, no Piauí, e que depois dessa viagem meus miolos nunca mais serão os mesmos porque foram quase todos queimados. Mas uma coisa a gente não pode negar: o povo do Piauí não esconde essa característica nada refrescante embaixo do tapete. Vide a frase estampada numa camiseta à venda num centro comercial para turistas:

- Em Teresina nem o ar é fresco!

sábado, 24 de outubro de 2009

O príncipe e o sapo

Festa de criança, meninas vestidas com suas fantasias de princesas e meninos de super-heróis. A aniversariante feliz e contente fala sobre os príncipes salvadores em seus cavalos brancos. Convidada, com os sentidos levemente alterados pela bebida, passa por duas amigas e comenta:

- Coitada, ela ainda não sabe que eles todos vão virar sapos um dia.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cana brava

Hora do almoço no centro da cidade. Aguardo um amigo em frente a um restaurante na Rua do Rezende. O bêbado para e fala com a atendente do estabelecimento:

- Ei! Me dá um gole de café aí!

- Senhor, o café é só para os clientes.

Nesse momento o sujeito olha pra mim e diz:

- Se fosse cachaça ela me dava.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maluco beleza 2

Um mendigo - desses bem doidos mesmo - grita a seguinte pérola numa rua perto do beco dos analistas em Botafogo:
- Sacanageeeeem! Eu com uma mulher dessa ia ficar em casa o dia inteiro. Passava até fome!
ps.: não foi pra mim.

Malucos belezas

Hoje, quando saía da análise cheia de caraminholas na cabeça, um maluco - maluco mesmo - queria porque queria acertar uma garrafa de limpol na minha cabeça. Como a dita cuja (leia-se a minha cabeça) estava fervilhando de tanto pensar - e põe fervilhando nisso - não tive dúvidas: quis acertar o sujeito também. Foi aí que me dei conta: será que preciso de mais horas no divã?

domingo, 6 de setembro de 2009

Princesa é uma ova


Fui convidada por três amigas para participar de um blog cujo tema é esse aí do título. Achei o máximo, afinal esse é um assunto recorrente aqui no Só pra Barbarizar. Mas o fato é que não tenho tido tempo nem de colocar novidades aqui e, por isso, não posso assumir esse novo - e interessante - compromisso. Voltando ao assunto das princesas, outro dia, caminhando pelo bairro, me deparei com uma menina, de mais ou menos 3 anos, vestida com a fantasia da branca de neve, e a partir desse momento uma pergunta não saiu mais da minha cabeça: o que faz uma menina nessa idade - sem ainda muito discernimento do que é masculino ou feminino - escolher uma fantasia como essa e não a do batman? Influência materna? Convivência escolar? Sei lá...o que suponho é que essas escolhas iniciais deem um pouco do tom de como a nossa personalidade será construída. Por que penso isso? Veja o meu caso: eu não gostava de princesas, nem de fadas, nem de qualquer coisa que se assemelhasse a um fru-fru. Eu queria ser a Mulher Maravilha, com aqueles braceletes cheio de poder e aquelas botas boas pra chutar as canelas dos vilões que cruzavam o seu caminho. E você? Qual o seu personagem preferido?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Orelhas de abano

Às vezes acho que tem coisas que só acontecem comigo. Hoje, seguia rumo ao lançamento do livro Humor Vermelho no Shopping Leblon (todos os meus 11 leitores já sabem que tenho um conto nesse livro... então tá) e dei de cara com mais uma dessas histórias cariocas. Peguei o táxi em Botafogo bastante atrasada. Tensa pelo atraso e pela novidade que é ter um conto publicado, tentei buscar alguma distração mexendo no celular. Hora do rush e, é claro, o trânsito não ajudava. Foi aí que comecei a travar uma conversa com o jovem motorista:

Euzinha: o trânsito tá ruim, né? Estou super atrasada, mas não adianta eu ficar estressada. Você não tem como sair desse engarrafamento mesmo. Vou relaxar!

Motorista: ainda bem que você é assim. Uma vez (eles sempre engatam a conversa com "uma vez") teve uma senhora que resolveu dizer para que lado eu deveria dirigir. Aí eu fiquei nervoso e disse pra ela: "tá vendo essas orelhas aqui? Elas são grandes, mas eu não voo não!"

Preciso dizer que a minha pose de madame séria foi para o pé?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Lançamento


É hoje!

Bacalhau indigesto

Essa história é verdadeira, não é piada. Foi contada por um dos envolvidos, mas vou preservar nomes aqui porque gosto do sujeito.

Cliente num restaurante português degusta, claro, um bacalhau. No meio da refeição, dá com os dentes numa espinha. Chateada, convida o cozinheiro a comparecer para dar explicações. O cozinheiro português vai ao encontro da cliente, ouve tudo atentamente e finaliza a conversa:

- Querias o quê? Encontrar um osso?

Depois não entendem porque eu tenho esse jeitinho.

sábado, 29 de agosto de 2009

Escritora suburbana














Tem gente aí que diz que eu poderia estar agora no 392 (Bangu-Praça Tiradentes) vendendo bala e fazendo aquele drama básico "pedindo uma colaboração". Assim como o Barack, eu venci... mas, como não dá pra se desgarrar assim das nossas raízes, o que vou fazer aqui é muito parecido: eu peço a colaboração de vocês para comparecerem ao lançamento da coletânea de contos de humor da qual euzinha faço parte. Comprem um exemplar e me ajudem a escrever o próximo conto: de Realengo para o Leblon pela seletiva, sem parador, nem baldeação na Tiradentes.



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A vida tem dessas coisas

Posso contar nos dedos os dias em que não recebo uma ligação de telemarketing oferencendo uma conta nova num banco ou um cartão de crédito cheio de vantagens. Outro dia tive uma crise de risos por causa da proposta de um banco de clientes "chiquinhos": mandar um gerente conversar comigo no meu trabalho. Lembrei da frase de um amigo e mandei na lata:

- Querida, como diz um grande amigo, não tenho roupa para frequentar esse banco.

Provoquei gargalhadas em quem estava ao meu lado. Mas o que me inquieta mesmo é que quando eu pegava dois ônibus para chegar ao trabalho ninguém oferecia nada que prestasse. É por essas e outras que acredito no capitalismo bonzinho e me mantenho no mesmo banco que abriu uma conta quando eu ainda era estudante universitária. Eles acreditaram em mim!


ps.: antes que eu seja apedrejada pelos meus 11 leitores, isso é uma ironia.

domingo, 23 de agosto de 2009

A princesa que existe em mim

O tema já foi alvo de um post aqui. Nas minhas primeiras andanças pelo mundo da dublagem, descobri que com o meu timbre de voz dificilmente poderia ser princesa. Mas, ontem, uma reviravolta no caso: minha primeira aula de dublagem de verdade, antes só havia experimentado de brincadeira, mostrou que milagres podem ser operados. No desenho animado, a personagem era uma menina que usava um anel com um diamante que, na verdade, era um doce. Portanto, a voz tinha que ser fofinha....e foi. Depois de Betsy nunca mais serei a mesma. Agora é garantir um lugar ao sol num desenho de princesa e torturar a madrasta fazendo uma voz beeeemmm chatinha.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lorena Bobbit

Festa de casamento, mulher, toda "trabalhada no brilho", comenta com o marido:

- Querido, olha aquela moça ali ao lado. Tão nova e tão gordinha, né?

- Querida, acho que você está olhando para o espelho!


Depois baixa o espírito da Lorena Bobbit na figura e ninguém entende o porquê.

sábado, 15 de agosto de 2009

Tesoura cega

Essa história já aconteceu há algum tempo, mas lembrei dela ontem ao ver que pela 59ª vez a TV Globo reprisava o filme "Elvira, a rainha das trevas". Costumo cortar as madeixas num salão ou, melhor, num hair stylist (porque salão é coisa de subúrbio) e um dia, pensando nas minhas economias, comentei com uma amiga que precisa arrumar um profissional mais barato. Ela, consultora de moda antenada, respondeu sem pestanejar:

- Querida, o mundo da moda está indo num cara ali de Botafogo. Ele é modernésimo, faz altos cortes e ainda cobra baratinho, 50 reais!

Me empolguei imediatamente. Dias depois, resolvi encarar o cabeleireiro dos sonhos: bom e barato. Feliz e contente por ser meu aniversário, segui rumo ao que toda mulher gosta em dia de aniversário: tirar o dia para ser princesa, porque a plebeia rola o ano inteiro. Chegando no Coiffeur, porque salão também não é, encontro um sujeito blasé, com uma blusa hering preta, um colete preto e um par de óculos redondo. Devia ter seguido minha intuição: aquilo não ia dar certo. Ele tinha cara de "conceito", com diz um amigo meu, o que, definitivamente, não combina com quem corta cabelos. Insisti. Sentei na cadeira e disse:

"pode manter o corte".

Foi o meu mal. Eu pensando que ele ia seguir o trabalho do hair stylist e ele pensando que ia fazer arte contemporânea na minha cabeça. Adivinha com quem fiquei parecida? Não adivinhou? Então volta para o começo do texto e guarda o nome da personagem do filme!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A hora das Balzacas

Feira do Humaitá nesta quarta-feira. Mulher aparentando uns 35 anos desfila seu derrière avantajado por entre legumes, verduras e frutas quando um dos feirantes - povo que não perde uma piada de duplo sentido - esganiça o pouco da voz que lhe restava naquele início de xepa:

- Ei querida, a Norminha não chega aos seus pés.


E viva o povo brasileiro!

domingo, 2 de agosto de 2009

Trilogia - terceira parte

Ao ouvir essa pérola do machismo brasileiro, continuo andando e tento atravessar a rua na faixa de pedestres. Dois argentinos jogam aqueles bastões pegando fogo, com o intuito de ganhar uns trocados. Não sei se tenho medo do fogo ou da gripe suína. Chego em casa. Vou beber água para que esses delírios possam ir embora.

Trilogia - segunda parte

Saio da loja e, depois de 4 chopes e uma dose de contreau, acho melhor ir pra casa. No caminho, reconheço as batinhas listradinhas e de bolinhas por cima dos micro-shorts. Vejo um velho saindo da farmácia que, de repente, faz um garotão parar também repentinamente. O velho fala alguma coisa ao ouvido do rapaz, que retira o fone do Ipod para poder escutar o que diz a voz da sabedoria. Eis o sobe-som (como se diz na televisão):

-Vi lá de longe.


Advinha sobre quem eles estão falando?

Trilogia - Primeira parte

Final de do domingo nas Lojas Americanas do Humaitá. Duas jovens bronzeadas, uma com uma batinha listradinha e outra com uma batinha roxa com bolinhas brancas, se divertem à procura de um DVD. Acompanhadas de um adolescente com cara de intelectual, elas debocham de tudo, da capa do dvd à capa das revistas. O jovem, a quem elas devem fazer de gato e sapato, escolhe um filme. Elas, se dó nem piedade, fazem piada da sua escolha:

- Olha só o filme que ele escolheu! Quem é Fellini?

Nessas horas, e só nessas horas, não tenho inveja da juventude e lembro das aulas inacabadas de catecismo: Senhor, elas não sabem o que dizem... literalmente!

sábado, 1 de agosto de 2009

Psicologia barata

Não sei se são os óculos ou o meu jeito de quem leva a vida a sério, só sei que de vez em quando pessoas conhecidas e outram nem tanto assim resolvem desabafar comigo repentinamente. Você tá assim meio distraída e numa fração de segundos o guardador de carros do estacionamento do seu trabalho resolve colocar pra fora as mágoas conjugais:

- minha mulher pediu para a gente morar em casas separadas, por isso não reclamo de ficar aqui até de madrugada.

O que fazer numa situação dessas? Olho pro chão e tento buscar lá no meio da minha mente atribulada algo que possa ajudá-lo:

- Morar em casas separadas é legal. Você não precisa dar satisfação numa sexta-feira à noite.


Freud não falava que tudo era sexo. Então? Ajudei ou não ajudei?

domingo, 26 de julho de 2009

Segurando o riso

Eu adoro ouvir rádio ao dirigir. É a primeira coisa que faço quando entro no carro. Outro dia, saindo do trabalho, ouvi a locutora anunciar uma nova cantora. Confesso que fiquei tão impactada com seu sobrenome que não lembro do primeiro, muito menos do que ela cantava. Como também trabalho com locução e vira-e-mexe tenho que narrar coisas que me dão uma vontade louca de cair na gargalhada, só pensava na pobre da profissional do microfone ao ter que anunciar a revelação feminina da música:

- CAGAUA!

Com todo respeito à cantora e ao seu trabalho, não dá para arrumar outro nome artístico?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quem não sabe beber...

Cena de uma segunda-feira fria no Humaitá. No meio do cruzamento entre as ruas Visconde de Caravelas e Capitão Salomão, bem no meio da rua e entre muitos bares, dois bebâdos conhecidos da região travam uma batalha, um com um pedaço de pau e o outro com um cabo de vassoura. Parecem brincar de espada, como crianças, mas brigam feio, como homens feitos. Golpes nas costas, na cabeça... e um deles ainda segura um embrulho em uma das mãos. Para quem passa, o primeiro impulso é achar graça, mas, depois de alguns segundos de observação, é a tristeza que se instala. Não há mais graça, somente pena. Em meio às gargalhadas de todos que acompanham essa cena, ninguém faz nada.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O troco

Van lotada indo da Barra para Realengo. No meio do caminho, o ajudante do motorista, que faz o trabalho de cobrador, resolve bancar o engraçadinho pra cima de uma senhorinha.
Engraçadinho: a senhora vai descer aonde?
Senhorinha: perto das Sendas, por favor.
Engraçadinho: por que a senhora não desce na Praça do Canhão, para eu poder gritar "tá descendo um canhão"?
Senhorinha: sem problemas, aí eu vou poder dizer "tá ficando outro"!
Nem preciso dizer que a risadaria foi geral.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Eu fui ao show do Rei

Escrevo atrasada, eu sei, mas contraí uma baita gripe por causa daquele toró que caiu no meio do show de RC e, por isso, fiquei quase fora de combate nesses últimos dias, quase porque tive que trabalhar, é claro. Voltando ao show, minha motivação para ver oRei era diferente da grande maioria das mulheres presentes naquele Maracanã lotado, uma vez que 98,7% (dados apurados por mim mesma) queriam dar um "chega pra cá" no homem do calhambeque. Era um tal de tirar fotos do telão, de cantar de mãos dadas com as amigas, de dar gritinhos e uivinhos. Tudo no diminutivo mesmo. Balzacas, quarentonas, cinquentonas e representantes da terceira idade. Todas num assanhamento de dar gosto, como diria minha avó. Sentei lá no meio do gramado e, ao meu lado, três peruas gaúchas não paravam de sacolejar: era um senta-e-levanta insuportável, digno das adolescentes mais chatonildas num show do Zack Efron. O que elas queriam? Levantar a porcaria de um banner para que a câmera da emissora de tevê registrasse o quanto era grande o amor delas pelo homem do terno branco. À minha frente, uma senhorinha balançava tanto que me senti num navio. De um lado pro outro, de um ladro pro outro. Fiquei enjoada. Momento "não vou conseguir conter a minha risada" foi quando Roberto cantou:
- Eu te aaaamo!
E elas responderam:
- Eu tambéééééém!
Mas houve uma parte do show que tive vontade de sair correndo como um louca em direção ao meu bom e acolhedor cobertor. Foi quando RC entoou aquele hino da breguice sem qualidade (sim, porque há breguices e breguices). Aquela música insuportável, que costumava ouvir (obrigada, é claro) na minha adolescência, em homenagem aos caminhoneiros. Foi neste exato momento que a chuva desabou e espantou muita gente. Na minha modesta e irônica opinião, nem Jesus Cristo aguentou. RC deveria ter cantado para o homem lá de cima bem antes de propagar pelo Maraca essa heresia.
ps.: aos fãs do Rei: antes que me xinguem aqui, eu não tenho nada contra o cara. Gosto muito de tudo o que foi feito na Jovem Guarda. E só.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Estive aqui e lembrei de você...

Quando viajo sempre procuro saber sobre o artesanato local. Gosto de fugir do óbvio, é claro, mas nada de rigidez. Já comprei as garrafinhas de areia do nordeste, tenho carranca do Rio São Francisco e sem falar na minha modesta coleção de bonecas de barro. Meu sonho de consumo é ter uma boneca feita por Dona Isabel, do Vale do Jequitinhonha. Uma mestra cujo trabalho já saiu da condição de artesanato e ganhou o status de arte. Mas retomando o rumo da prosa, o que quero mesmo dizer nesse post é que tenho muita curiosidade para saber o que fazer com alguns objetos "artesanais" feitos aí. Por exemplo: vi agora em Paraty uma barraquinha oferecendo a gravação do nome do feliz turista num grão de arroz. Fiquei imaginando as mil e um utilidades desse objeto de decoração. Você coloca na estante e faz uma placa imensa para a visita poder saber do que se trata. Além disso, pensei ainda na trabalheira dos infernos que deve ser transportar esse grão de arroz: vai ter que arrumar um potinho ou coisa que o valha e ainda se preocupar em não perder aquela porcaria no meio dos zilhões de penduricalhos que estão dentro da bolsa. Mas a dúvida que realmente me consome é: o que leva alguém a querer ver o seu nome gravado num grão de arroz?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Formigas gigantes

Praia de Trindade, a 20 km de Paraty: águas claras, areia limpinha, poucos banhistas. E toma de andar uma senhorinha pra lá e pra cá com uma bandeja lotada de doces: brigadeiros do tamanho de uma bola de tênis, quindins, doce de coco e outras guloseimas.

Moral da história: ou a praia tem formigas gigantes ou a larica naquele lugar é fortíssima. Tirem suas conclusões!

Balança imaginária

Quarto dia de férias. Caminho feliz por não ter compromissos, nem estresse. Camiseta branca, bermuda branca, chinelão branco... paz total. De repente, passo em frente a dois trabalhadores desse meu Brasil e eis que um dos rapazes resolve ser gentil.

- Bom dia! Nossa senhora, hein!

Moral da história: estou gorda. Começo uma dieta hoje mesmo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Amor fast food

Conversa sobre relacionamentos entre duas amigas na redação:

Amiga 1: a fila anda e a catraca é seletiva.

Amiga 2: ihhhh querida, no meu caso não tem catraca não.

domingo, 21 de junho de 2009

Voltei!

Gente, quem tem mais de 30 vai lembrar do desenho Caverna do Dragão, alegria da garotada na década de 80. Eram crianças que caíram num universo paralelo, ganharam poderes especiais, mas estavam à procura do portal para voltar pra casa. Pois bem, essa história toda é pra dizer que ultimamente andei num universo paralelo, mas já encontrei o portal. Estou de volta, doida pra escrever e pra colocar pra fora o texto perdido.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Par perfeito

Amigo apresentando a digníssima aos amigos:

- Essa aqui é a cabeça de bacalhau, aquela que ninguém nunca vê!


Não preciso dizer que foi uma risadaria geral, inclusive da mulher em questão.

domingo, 17 de maio de 2009

Sinceridade lusitana

Casal de idosos conversa com vizinha no elevador:

Idosa: como vai a sua mãe? Lembrei-me dela ontem porque vi uma reportagem na televisão sobre uma senhora de 108 anos. Quantos anos tem sua mãe?

Vizinha: 105. Vai fazer 106 em junho.

Idoso encerra a conversa: não tem o que fazer, vai ficando por aqui, ô pá!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Frases suburbanas - mais uma

Essa é mais uma daquelas que só entende quem conhece o unverso suburbano carioca:

- Vou tirar essa roupa no cartão!


Tradução livre: significa comprar algo utilizando o cartão de crédito. Agora, quem puder explicar porque o verbo "tirar", eu agradeço.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Filho de suburbano, suburbano....

Uma amiga do peito mandou o convite de aniversário da filha de três anos com a seguinte explicação:
Aos três anos, mais madura, ela me pediu uma festa de Cinderela (ninguém merece!). Claro que isso significa colocar aquele vestido longo, cuja qualidade possibilita sua duração por 11 ou 12 minutos. Pediu também um sapato brilhoso (argh!) e um cabelo amarelo (ou seja: uma peruca loura – alguém já viu criança de três anos pedir peruca loura??? Com muita psicologia - quem diria, hein? - consegui fazê-la desistir desta extravagância). Mas ela agora quer um príncipe que encontre o sapatinho dela e o traga numa almofada para calçar no seu pé. Estou a ponto de desmaiar e preciso desabafar com vocês: de nada adiante uma escola construtivista, um discurso de possibilidades alternativas, quando o gene do Irajá fala mais alto. Ainda não foi nesta geração que ocorreu a depuração. Vocês me entendem.
Segue o arquivo do convite...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Frases suburbanas

Algumas frases suburbanas resumem uma penca de coisas. Essa é uma delas:

- Mal chegou e já quer sentar na janelinha!


E você? Conhece alguma?

domingo, 10 de maio de 2009

O show do Bajofondo


Antes de ser jornalista, tive muitos empregos. Um deles foi o de secretária numa empresa de andaimes. Esse negócio de secretariar, definitivamente, não era a minha praia, mas foi graças a esse emprego que pude assistir a vários shows, porque quase todos os palcos de grandes shows eram montados por essa companhia. Por isso, fui ao segundo Rock in rio, a duas edições do Holywood Rock e a uma penca de apresentações na Praça da Apoteose, dentre elas a inesquecível aparição de Eric Clapton. Durante esse período vi, portanto, shows memoráveis. Ir a bons shows continuou a fazer parte da minha vida depois que mudei de rumos profissionais. Hoje, pude assistir a mais um deles. A apresentação do grupo Bajofondo no Vivo Rio foi simplesmente espetacular. Foi uma experiência musical indescritível. Os adjetivos podem soar como clichês, mas, como não sou crítica de música, me permito colocá-los nesse texto. A única parte chata foi ter que acompanhar sentada a mistura de tango, milonga e outras sonoridades do Rio da Prata. Detalhe curioso: a banda, que é adorada pelos "mudernos" de plantão, atraiu um monte de senhoras e senhores que, pelas expressões faciais, pareciam esperar uma apresentacão de tango típica e não aquele batidão enlouquecedor (para mim, no bom sentido). Os músicos estimulavam toda hora as pessoas a se levantarem para "bailar", mas muita gente ficou constrangida em ficar de pé diante de tantos velhinhos nas mesas de trás. De repente, várias pessoas começam a subir ao palco, que se transforma numa pista de dança. Nesse momento fui movida por um pensamento:
- Se não fizer isso agora quando poderei fazer?

Subi ao palco - fui a última autorizada a entrar pelo segurança - e dancei feito uma louca ao lado dos músicos e de vários outros amantes da boa música.

Agradeço ao garoto que, numa loja de disco em Buenos Aires, me apresentou ao Bajofondo, quando eu pedia informações sobre bandas de tango eletrônico. Hoje entendo porque eles não apreciam esse rótulo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

As mulheres e seus possantes

Sou extremamente combativa quando ouço qualquer tipo de frase negativa sobre mulher ao volante, mas às vezes - e põe vezes nisso - tem sido difícil defender "as companheiras" de luta. Ontem, seguia em direção à Barra da Tijuca - um bairro estranho, com todo respeito aos moradores - quando surge um leve engarrafamento, muito comum naquela região, por causa de um acidente. Três filas de carro se formam quando, na verdade, só havia passagem para dois veículos, neste momento sou espremida por um ônibus - um hobby natural dos trabalhadores desse tipo de transporte - e um fiat uno, que quer porque quer entrar na minha frente. Confesso que, quando vi aquela patricinha se saracoteando toda, buzinando como uma histérica e cheia de marra, senti uma enorme vontade de descer do carro e dizer poucas e boas. Parênteses rápido: tenho pensado muito na competitividade feminina e tentado exercitar a tolêrancia com os arroubos de inveja e ciúmes típicos desse universo, mas....acho que não tenho conseguido. Voltando ao trânsito, fui movida pelo meu constante senso de justiça e achei que não era justo deixá-la passar depois de todo aquele escândalo... dei apenas duas pisadinhas no acelerador e fiz cara de paisagem. A lady não se conformou, colou na minha traseira, acendeu o farol, piscou, fez o escambau. Só se deu por satisfeita quando passou por mim e fez cara de pitgirl. Quando seu possante fiat uno passou havia um plástico bem grande colado no vidro traseiro:
- J'adore Citroen.

Preciso dizer mais alguma coisa?

domingo, 3 de maio de 2009

Eu e meu carango

Carro para mim é meio de transporte. Explico a obviedade: não sou daqueles que se apaixonam por carro a ponto de tratá-lo como membro da família. Gosto que ele me leve com segurança aos meus diferentes destinos... e ponto. Isso foi até a última quinta-feira. Tive um ódio tão profundo do meu veículo que me peguei implorando ao monte de plástico (sim, a maioria dos carros hoje tem quase tudo de plástico) que não me deixasse na mão no meio daquele lugar distante da minha casa, especialmente naquele engarrafemento de feriadão, logo depois de trabalhar tanto e, é claro, de estar mais cansada do que maratonista em linha de chegada. A última quinta-feira foi para mim a sexta-feira treze de qualquer sujeito com muita falta de sorte. Ele saiu direitinho da minha última tarefa do dia, não deu nenhum sinal de fadiga ou estafa, mas estava com pouca gasolina. Resolvi parar em um posto na Avenida das Américas em direção à Zona Sul. Fiz o de sempre: entreguei a chave e pedi ao frentista que colocasse apenas 20 reais, o suficiente para que eu atravessasse todos os túneis durante a viagem (é uma viagem mesmo!). O sujeito fez o que devia ser feito e devolveu a chave, quando enfiei a dita cuja na ignição e dei a rodadinha necessária.... nada aconteceu. De repente, o alerta começa a piscar sozinho e os pinos da porta destravam sem a ajuda de ninguém. Ou era fantasma ou era o carro querendo dizer pra mim "Ih, a madame sifu".
Vendo o meu desespero,o frentista resolveu ajudar:
- Acho que é um problema na bucha. Deixa esfriar um pouquinho e tenta de novo.
Me senti falando grego, a única bucha que conheço é aquela da cozinha de lavar a louça. Mesmo assim fiz o que o especialista sugeriu e... nada de novo.
Ele resolveu ajudar mais ainda e jogou uma água no motor para esfriar o troço. Esfriou tanto que o carro decidiu acabar de vez com aquela palhaçada e se entregou para sempre aos braços de morfeu. Veio dormindo num sono profundo em cima de um reboque, coisa que faz até esse momento. Mas, sinceramente, acho que se zangou com a ameaça que fiz logo no início do furdunço:
- Se você realmente fizer isso comigo eu vou te trocar!
Conclusão: acho que tenho visto muito desenho animado.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Big Brother

Frase colada na vespa de um jovem-senhor:

- Jesus vê tudo.

Espero que ele tenha visto a Mer%^ que a figura fazia no trânsito.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O outono chegou

Me dei conta de que o outono chegou neste fim de semana. Sabe como? Depois de uma baita dor de cabeça causada por uma baita sinusite. E aí vem todos aqueles remédios com terminações em D (claritin, alegra, talerc...e por aí vai). Quem é alérgico sabe, e isso já foi alvo de um post aqui. Mas o pior é chegar na emergência de um hospital e, com uma dor insuportável e um enjoo absurdo, ouvir da enfermeira que era só chamar quando o soro acabasse. De quem é essa responsabilidade cara pálida? Do doente ou do profissional que está ali para zelar pelo bem-estar do paciente? Sei não...como diz um amigo lá do trabalho: o poste tá mijando no cachorro!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Macumba da boa

O que fazer quando um profissional da sua equipe confessa publicamente que, de vez em quando, coloca o seu nome no mel numa gira de macumba? Segundo a criatura, ele faz isso para que os meus caminhos fiquem sempre abertos e, assim, eu não tome nenhuma decisão precipitada, especialmente contra o sujeito, é claro. Entendo um pouco do riscado, sei que tal demanda é possível, mas, sinceramente, não sei se o que o cabra faz é tão bom assim. Vai que o cabloco para quem ele pediu acha que estou prejudicando a figura! Sei não, acho que prefiro fazer o pedido diretamente. Um aviso ao meu "amigo" que disse colocar o meu nome no "amaciante: muito obrigada, o que vale é a intenção.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Delicadezas masculinas

Manicure vai na casa da cliente e ouve a seguinte pérola do marido da madame:

- Só duas mulheres conversando e parece que o mundo tá dentro da minha casa.


É por essas e outras que tenho vontade de comprar uma camiseta que vi outro dia com os seguintes dizeres: "Deus dai-me paciência porque se o senhor me der força eu vou enfiar a porrada no meu marido". Mais direto impossível!

sexta-feira, 13 de março de 2009

A voz do povo

Alvoroço nesta quinta, à tarde, na Rua Gomes Freire. Vários batedores param o trânsito e de repente surgem 3 carros de algum consulado que ninguém consegue identificar. Vários curiosos, eu inclusive, se aglomeram na rua para ver quem era a celebridade da hora. Eis que surge um representante do povo e bota a boca no trombone:

- É o Príncipe Charles, aquele via....

domingo, 8 de março de 2009

Nem Freud saberia explicar

Frase de uma amiga durante uma conversa acalorada sobre a vida:

- Tantos anos de bueiro e eu vou dar mole pra rato?


Nota da redação: essa frase é a expressão mais pura da alma suburbana. Resolve, no mínimo, três sessões de análise.

terça-feira, 3 de março de 2009

Conversa de camarim

Setor de maquiagem lotado. Muitas mulheres sinônimo de muita bobagem, é claro. O assunto girava em torno de uma brincadeira que uma jovem e linda apresentadora fazia: a brincadeira de encher o trem. Explico: ela contava que se houvesse um trem com destino direto para a P.Q.P. os vagões seriam preenchidos de acordo com o grau de "malice" de cada passageiro. A ordem era mais ou menos assim:

Mala em grau alto: vagão número um
Mala em grau quase alto: vagão dois

E a ordem ia assim até chegar o último vagão com aquelas pessoas chatinhas, mas nem tão malas assim. O disse-me-disse foi grande, afinal fizemos listas e mais listas com os chatos da música, da televisão e, como não poderia ser diferente, com os "colegas" de trabalho. E assim passamos a manhã: nos divertindo e fazendo terapia em grupo.

Mas confesso que minha conclusão apocalíptica não me fez muito bem. Se eu for fazer essa composição funcionar de verdade rumo à P.Q.P., acho que encho um trem igualzinho aos que saem da Central direto para Japeri.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sabedorias carnavalescas

Frase da manicure ao falar sobre paquera de carnaval:

- No carnaval eu só paquero homem com o corpo bem definido. De indefinição já me basta o que eu tenho lá em casa!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Atravessando a bateria


Desfilar no Grupo Especial é sempre uma experiência divertida e, quase sempre, curiosa. Muitas coisas acontecem desde a hora que você sai de casa fantasiada e o porteiro faz aquela cara de que tá doido para rolar de rir, mas tem que manter o respeito. Como todo entendido de carnaval sabe, ir para a avenida de carro é uma roubada. Por isso, sigo as orientações dos organizadores e pego o bom e eficiente metrô. Foi assim no domingo, quando seguia feliz e contente apoiar a verde-e-branco de Madureira. Vesti parte da fantasia para não passar perrengue e o resto (adornos mais pesados) deixei para colocar lá com a ajuda do pessoal da ala porque, afinal, eu não estava entendo o-que-se-encaixava-aonde. Cheguei na estação de Botafogo e já comecei a ficar apreensiva: estava lo-ta-da!!! Mesmo assim achei que ia ter um lugarzinho pra mim bem no cantinho para não estragar o esplendor. Me enganei redondamente. A composição vinha de Copacabana e todos os foliões recém-saídos da praia e de todos os blocos do bairro resolveram entrar nela. Assim como o pão sempre cai no chão com a parte da manteiga pra baixo, o sufoco comigo nunca é de leve. Entrei no primeiro vagão para não perder a hora da concentração e a partida já anunciava como seria a minha viagem até a Central do Brasil: o maquinista deu uma freada tão brusca que todo mundo - que não tinha onde se segurar, é claro - caiu em cima de todo mundo. Foi quando me dei conta de que bem ao meu lado tinha um senhor que não deve nunca ter ouvido aquela frase "beba com moderação", afinal balançava mais que coqueiro em vendaval. O sujeito ainda estava com o rosto todo ensanguentado, provavelmente de uma queda. Eu, querendo evitar que a minha bela fantasia de "servos do mar" fosse manchada de sangue, arrumei um lugar para criatura sentar e sabe o que obtive de resposta?

- Eu não tô bêbado!!! E não sou velho pra ficar sentado.

A mulher do bebum, completamente envergonhada, tentava estancar o sangue com uma canga e segurar o cana-brava para que ele não desse mais vexame. Mas, como o povo não perdoa, surge uma senhora e desanda a detonar o comportamento do beberrão:

- Quem não sabe beber é isso aí. Eu, por exemplo, sou trabalhadora, tenho 54 anos e hoje fui curtir a minha praia. Tomei as minhas cervejinhas e tô aqui. Amanhã de manhã eu tô de pé pra trabalhar.


E não satisfeita, completou:

- Que mulher é essa que aguenta um homem desses?


Sabia que essa viagem não ia dar em boa coisa. A escola em que eu desfilei caiu para o Grupo de Acesso. Começar com perrengue é terminar em perrengue. No próximo ano vou de táxi.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Verdades carnavalescas

Comentário de um amigo ao ver um escritor se engraçando para uma mulher feia-de-doer em um baile de carnaval:

- Intelectual só faz mer....

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Pura maldade

Acabei de chegar de um bloco de jornalistas, que concentra e não sai todos os anos na rua do Lavradio, no centro da cidade. O enredo deve falar sempre de uma tragédia. Esse ano eles resolveram homenagear o padre baloeiro. Os caras encheram um monte de balões e penduraram um boneco, que teimava em não subir. Não satisfeita, essa gente de coração ruim resolveu tirar as pernas do brinquedo para que, assim, ele pudesse ser levado pelos balões. E lá foi aquele tronco de boneco céu afora. Cheguei pra uma amiga e falei que era muita maldade, afinal o padre tinha morrido. A resposta foi nua e crua:

- Ele não queria ser lembrado? Então, é o que estamos fazendo.

É como diz aquele colunista: jornalistas, ô raça!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quero ser Miss

Gente, eu não tenho esse péssimo hábito não. Mas hoje, inflamada por uma curiosidade que não sei de onde veio, resolvi colocar o meu não-famoso nome no Google para ver o que acontecia. A primeira descoberta é que tem Bárbara Pereira a dar com pau (expressão veeeellhhaaaa...). A segunda é que a Miss Sobradinho de 2005 chama-se..... Bárbara Pereira. Imediatamente lembrei da peça Cócegas em que a personagem queria ser eleita Miss Sobral porque estava cansada de ser vista como uma mulher inteligente. Acho que vou aderir a essa campanha. Não quero saber nada sobre crise econômica, reforma ortográfica ou sobre o modelo pedagógico do momento. Cansei! Quero dar tchau com a mão direita grudadinha, sem medo daquela pelezinha dos infernos embaixo do bíceps.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Super sincero

Amiga do blog foi hoje fazer um procedimento estético numa clínica e precisou sair de casa com camadas de anestésico de cor branca. As listras seguiam do nariz até a boca, aquela região chamada de "bigodinho chinês". Dirigiu até a clínica, entregou o carro ao manobrista e, envergonhada, tentou se desculpar pela estranha aparência:

- Acho que você já deve estar acostumado a ver mulher assim por aqui.

Resposta do malandro:
- Não tem problema não, hoje é sexta-feira treze meeeeeissssmo!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A crise e o povo brasileiro

Feira da Rua Maria Eugênia, no Humaitá, hoje de manhã.


Freguesa: quanto é essa alface roxa?

Feirante: 2 reais.

Freguesa: Aí, tu qué que a gente se atraque aqui mesmo, num qué?

Toco dos infernos

Resposta de uma mulher diante da piada que o marido fazia sobre a altura do Tom Cruise:

- Toco? Ahh... queria esse toco lá em casa. Ia fazer uma fogueira imensa na minha cama.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O amor nos tempos do cólera

Eles já não viviam juntos fazia tempos. O amor havia acabado, mas a falta de grana impedia a separação como deve ser: cada um no seu lar. A casa de dois quartos era pequena, mesmo assim tentavam conviver cordialmente. E assim iam tocando a vida. Até que um dia a mulher arrumou um namorado: o padeiro do bairro. Homem brabo, de temperamento forte. Numa tarde de sábado ele encasquetou com aquela estranha situação, tão avançada para os padrões daquela cidade. Enfurecido, o sujeito resolveu resgatar a sua amada daquele castelo sem luxo nem riqueza. Dirigindo uma Brasília marrom 76, o padeiro colocou abaixo os portões de madeira da residência. Ao ver a cena, o ex-marido se viu na obrigação de tomar uma atitude mais drástica para lavar a honra do lar invadido. Foi ao quarto, pegou um revólver calibre 32 e deu quatro tiros no valentão. A arma, guardada havia anos, não cuspiu uma bala sequer. A mulher nunca mais se apaixonou por ninguém.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O politicamente correto no subúrbio

Essa onda do politicamente correto não é nova, todos sabem. Dizem que começou lá nos EUA e já faz um tempo que aportou por aqui. Concordo que é necessário, que ninguém pode sair por aí reforçando preconceitos como se o mundo não tivesse mudado. Estamos na era do respeito ao outro, embora a gente ainda conviva - e muito - com o desrespeito. Entretanto, todo mundo sabe também que o politicamente correto em excesso é chato demais, além de ser ceifador da criatividade e do "savoir faire", algo comum no povo brasileiro. Mas esse negócio de politicamente correto - para o bem e para o mal - muitas vezes não pega no subúrbio não. Lá em Realengo, por exemplo, tinha um sujeito que vivia doente. Vez em vez ele ia parar no hospital - público, claro - com algum problema de saúde. Magriiiinho...parecia um papel. Os vizinhos sempre ficavam apreensivos quando o camarada sumia, esse era o sinal de que ele estava internado em algum lugar. Por causa desse vaivém nos hospitais, a população local - que perde o amigo, mas não perde a piada - apelidou o homem de.....IMORTAL. Isso mesmo, meus 11 leitores. No subúrbio esse negócio de politicamente correto é coisa de doutor.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Lifting básico

Estou de cara nova. Depois de muitos cremes e de um peeling de cristal, o novo visual do blog é esse aí. A repaginada tem a ver com uma nova fase da vida, pós passagem de júpiter na casa 12. E a virada tem um empurraozinho, ou melhor, um empurraozão (porque ele tem mais de 1m80) do meu amigo Murilo, cabeça pensante e atuante do Babelturbo. Além de locutor-apresentador-animador, o gajo também entende tudo da blogosfera. Valeu a força, cálega.
Espero que os meus 11 leitores gostem.

My favorite station

O metrô do Rio de Janeiro, não sei se é assim em São Paulo, oferece ao usuário aquele serviço de locução bacana (só porque a voz da locutora parece com a minha) que informa ao passageiro qual é a próxima estação. O primeiro aviso é no nosso idioma, claro, e o seguinte na língua do Tio Sam. Outro dia ouvi um operador de áudio comentando que achava meio estranha a mistura do inglês com alguns nomes de bairros da cidade. Algo assim...

- Next stop.... PAVUNA station.


Convenhamos, é ou não é hilário?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Conversa de marte

Diálogo entre duas atendentes num posto de gasolina da Rua das Laranjeiras:

- Você vai ao Circo Voador?

- Num conheço esse negócio de disco voador não!


Em tempo: para quem não é do Rio, o Circo Voador é um espaço para shows bem no meio da ferveção da Lapa.

A moda Michelle


A onda agora é dizer que deu uma "michelada". Tradução: é aquela mulher que deu uma engordada e está com o pandeiro no estilo da senhora Barack.


Em tempo: a imagem é inconfundivelmente uma das caricaturas do mulatólogo mestre Lan.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Eu e os voos - 2


Lembrei naquele exato instante dos filmes que falam sobre queda de aviões. Tem sempre aquele passageiro que morreu de bobeira porque chegou atrasado e insistiu em entrar no avião. A paranóia foi aumentando quando tive que dar aquela corridinha para embarcar. Cena clássica dos longas que têm esse enredo. Ainda na fila na sala de espera, um ex-candidato a vereador - que fez parte do documentário Vocação do Poder - puxa conversa comigo. Pronto, tive certeza de que era um aviso. Os filmes sobre desastre de aviões costumam mostrar diálogos entre desconhecidos. A tensão naquele minuto cresceu mais ainda. Entro, finalmente, naquele meio de transporte. Coloco minha pequena malinha no compartimento acima da minha poltrona, sento, tento me distrair folheando uma revista e instintivamente olho para a poltrona do outro lado do corredor. Não deveria ter feito isso. Lá estava um padre todo vestido de preto e o que é pior.... se benzendo. Senti um terror absurdo percorrendo o meu corpo e uma vontade louca de buscar aquele santo remédio para o medo, mas guardei na mala e não tinha mais como abrir. Imediatamente pensei: se aquele padre, que supostamente tem conexão direta com Ele, se benze nessas horas, imagina eu que não tenho um telefone vermelho com o homem!
Tentei me concentrar num livro de bolso sobre cinema, cujas folhas estão mais amassadas do que um maracujá de gaveta. Obviamente, transpirei um rio inteiro na decolagem. Durante o voo, cheguei à seguinte conclusão: vou fazer um curso de roteiro.

Eu e os voos


Os mais chegados sabem que tenho pânico de voar de avião. Durante um bom tempo, só conseguia entrar com remédios, daqueles que deixam a gente tão doidona a ponto de não ter discernimento da besteira que está fazendo. No caso, entrar num avião. Essa história começou quando peguei um voo de 12 horas e 6 foram de turbulência, daquelas de fazer abrir compartimento. Daí em diante nunca mais entrei confiante naquele gramado. Outro dia, tive que ir para Brasília a trabalho. Estava com dois amigos e resolvi testar a minha coragem. Os dois também me convenceram de que não ia valer a pena tomar os tais remédios, uma vez que o voo durava menos de duas horas e, mais tarde, não poderíamos tomar aquela cervejinha revigorante. Depois dessa boa argumentação, topei o desafio. Transpirei horrores na decolagem, mas depois esqueci. Falamos tanto de tantas coisas que só fui me dar conta de que estava no chão quando eles começaram a fazer troça da minha paranóia. O problema foi que eles voltaram um dia antes de mim e, portanto, eu não teria com quem me distrair no voo de volta à cidade maravilhosa. Ao chegar no aeroporto de Brasília descobri que meu voo havia sido cancelado. O check in do voo anterior ao meu já estava encerrado e, portanto, eu só poderia sair daquela terra seca de meu Deus só à noite. Insisti com a atendente para que ela avaliasse a possibilidade de me colocar naquele primeiro "trem" de qualquer jeito. Nada feito. Diante da negativa, fui chorar minhas mágoas no meio do saguão. Eis que de repente surge uma outra atendente e pergunta se eu ainda tinha interesse em entrar naquele voo. Disse sim sem pestanejar. Foi neste momento que um filme totalmente trash começou a ser roteirizado na minha cabeça.

Continua...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Suburbanices - a retomada


No começo desse blog prometi que revisitaria histórias do meu querido subúrbio. Sei lá porque perdi o rumo da prosa e há tempos não escrevo nada sobre. Ultimamente tenho andado assim meio diferente e vivo pensando no "suburbian way of life". Será que é por causa da posse do homem? O que sei é que uma vez estava registrando um churrasco familiar e uma das organizadoras resolveu contar o que tinha na festa, o cardápio clássico de sempre: farofa, arroz, salada e... macarronese. Foi aí que fiquei intrigada. No meu tempo macarrão não entrava pro rolo não. Mas, como tudo muda, o pessoal resolveu dar uma inovada também. A batata e seus amigos foram, por ora, aposentados.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Marinete, o retorno

A amiga faxineira trabalha aqui em casa de vez em quando. Outro dia ela se deparou com aquele pequeno secador de meias e afins pendurado na área de serviço. Nesse momento ela não se conteve.

- Bárbara, pelo amor de Deus! Joga esse troço fora. Tá cheio disso lá na Rocinha. É muito feio.


Não consegui responder nada de tanto rir.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A verdadeira Marinete

Tenho uma amiga faxineira que é uma verdadeira frasista. Aliás, frasista só não, ela é uma pesquisadora do mundo dos "baixa renda", como gostam os politicamente corretos. Essa minha amiga é uma guerreira: cria três filhos sozinha, trabalha em diferentes casas, muitas vezes chega a bater o ponto em duas residências por dia. Com ela não tem perrengue: chova ou faça sol ela aparece, nunca deixa ninguém na mão. E se não pode ir, manda alguém no seu lugar. Numa tarde de sábado dessas, ela presenciava um churrasco na casa de um de seus clientes. Pouca gente, música ambiente...em poucos minutos de observação, a verdadeira Marinete solta a seguinte pérola:

- Churrasco de rico é outra coisa, né? As pessoas falam baixo... não tem confusão. Churrasco de pobre é diferente, sempre acaba em boletim de ocorrência.


É ou não é uma antropóloga?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mundo rivotril

Alguém pode me explicar o motivo que leva a administração de um cemitério a adotar decoração de natal em suas dependências? Juro que não consigo entender. Essa "boa ação" acontece todos os anos no São João Batista, em Botafogo. Me digam: é ou não é pra tomar uma tarjapretazinha de vez em quando?