Antes de ser jornalista, tive muitos empregos. Um deles foi o de secretária numa empresa de andaimes. Esse negócio de secretariar, definitivamente, não era a minha praia, mas foi graças a esse emprego que pude assistir a vários shows, porque quase todos os palcos de grandes shows eram montados por essa companhia. Por isso, fui ao segundo Rock in rio, a duas edições do Holywood Rock e a uma penca de apresentações na Praça da Apoteose, dentre elas a inesquecível aparição de Eric Clapton. Durante esse período vi, portanto, shows memoráveis. Ir a bons shows continuou a fazer parte da minha vida depois que mudei de rumos profissionais. Hoje, pude assistir a mais um deles. A apresentação do grupo Bajofondo no Vivo Rio foi simplesmente espetacular. Foi uma experiência musical indescritível. Os adjetivos podem soar como clichês, mas, como não sou crítica de música, me permito colocá-los nesse texto. A única parte chata foi ter que acompanhar sentada a mistura de tango, milonga e outras sonoridades do Rio da Prata. Detalhe curioso: a banda, que é adorada pelos "mudernos" de plantão, atraiu um monte de senhoras e senhores que, pelas expressões faciais, pareciam esperar uma apresentacão de tango típica e não aquele batidão enlouquecedor (para mim, no bom sentido). Os músicos estimulavam toda hora as pessoas a se levantarem para "bailar", mas muita gente ficou constrangida em ficar de pé diante de tantos velhinhos nas mesas de trás. De repente, várias pessoas começam a subir ao palco, que se transforma numa pista de dança. Nesse momento fui movida por um pensamento:
- Se não fizer isso agora quando poderei fazer?
Subi ao palco - fui a última autorizada a entrar pelo segurança - e dancei feito uma louca ao lado dos músicos e de vários outros amantes da boa música.
Agradeço ao garoto que, numa loja de disco em Buenos Aires, me apresentou ao Bajofondo, quando eu pedia informações sobre bandas de tango eletrônico. Hoje entendo porque eles não apreciam esse rótulo.
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