Sou extremamente combativa quando ouço qualquer tipo de frase negativa sobre mulher ao volante, mas às vezes - e põe vezes nisso - tem sido difícil defender "as companheiras" de luta. Ontem, seguia em direção à Barra da Tijuca - um bairro estranho, com todo respeito aos moradores - quando surge um leve engarrafamento, muito comum naquela região, por causa de um acidente. Três filas de carro se formam quando, na verdade, só havia passagem para dois veículos, neste momento sou espremida por um ônibus - um hobby natural dos trabalhadores desse tipo de transporte - e um fiat uno, que quer porque quer entrar na minha frente. Confesso que, quando vi aquela patricinha se saracoteando toda, buzinando como uma histérica e cheia de marra, senti uma enorme vontade de descer do carro e dizer poucas e boas. Parênteses rápido: tenho pensado muito na competitividade feminina e tentado exercitar a tolêrancia com os arroubos de inveja e ciúmes típicos desse universo, mas....acho que não tenho conseguido. Voltando ao trânsito, fui movida pelo meu constante senso de justiça e achei que não era justo deixá-la passar depois de todo aquele escândalo... dei apenas duas pisadinhas no acelerador e fiz cara de paisagem. A lady não se conformou, colou na minha traseira, acendeu o farol, piscou, fez o escambau. Só se deu por satisfeita quando passou por mim e fez cara de pitgirl. Quando seu possante fiat uno passou havia um plástico bem grande colado no vidro traseiro:
- J'adore Citroen.
Preciso dizer mais alguma coisa?
- J'adore Citroen.
Preciso dizer mais alguma coisa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário