sábado, 15 de agosto de 2009

Tesoura cega

Essa história já aconteceu há algum tempo, mas lembrei dela ontem ao ver que pela 59ª vez a TV Globo reprisava o filme "Elvira, a rainha das trevas". Costumo cortar as madeixas num salão ou, melhor, num hair stylist (porque salão é coisa de subúrbio) e um dia, pensando nas minhas economias, comentei com uma amiga que precisa arrumar um profissional mais barato. Ela, consultora de moda antenada, respondeu sem pestanejar:

- Querida, o mundo da moda está indo num cara ali de Botafogo. Ele é modernésimo, faz altos cortes e ainda cobra baratinho, 50 reais!

Me empolguei imediatamente. Dias depois, resolvi encarar o cabeleireiro dos sonhos: bom e barato. Feliz e contente por ser meu aniversário, segui rumo ao que toda mulher gosta em dia de aniversário: tirar o dia para ser princesa, porque a plebeia rola o ano inteiro. Chegando no Coiffeur, porque salão também não é, encontro um sujeito blasé, com uma blusa hering preta, um colete preto e um par de óculos redondo. Devia ter seguido minha intuição: aquilo não ia dar certo. Ele tinha cara de "conceito", com diz um amigo meu, o que, definitivamente, não combina com quem corta cabelos. Insisti. Sentei na cadeira e disse:

"pode manter o corte".

Foi o meu mal. Eu pensando que ele ia seguir o trabalho do hair stylist e ele pensando que ia fazer arte contemporânea na minha cabeça. Adivinha com quem fiquei parecida? Não adivinhou? Então volta para o começo do texto e guarda o nome da personagem do filme!

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