Os mais chegados sabem que tenho pânico de voar de avião. Durante um bom tempo, só conseguia entrar com remédios, daqueles que deixam a gente tão doidona a ponto de não ter discernimento da besteira que está fazendo. No caso, entrar num avião. Essa história começou quando peguei um voo de 12 horas e 6 foram de turbulência, daquelas de fazer abrir compartimento. Daí em diante nunca mais entrei confiante naquele gramado. Outro dia, tive que ir para Brasília a trabalho. Estava com dois amigos e resolvi testar a minha coragem. Os dois também me convenceram de que não ia valer a pena tomar os tais remédios, uma vez que o voo durava menos de duas horas e, mais tarde, não poderíamos tomar aquela cervejinha revigorante. Depois dessa boa argumentação, topei o desafio. Transpirei horrores na decolagem, mas depois esqueci. Falamos tanto de tantas coisas que só fui me dar conta de que estava no chão quando eles começaram a fazer troça da minha paranóia. O problema foi que eles voltaram um dia antes de mim e, portanto, eu não teria com quem me distrair no voo de volta à cidade maravilhosa. Ao chegar no aeroporto de Brasília descobri que meu voo havia sido cancelado. O check in do voo anterior ao meu já estava encerrado e, portanto, eu só poderia sair daquela terra seca de meu Deus só à noite. Insisti com a atendente para que ela avaliasse a possibilidade de me colocar naquele primeiro "trem" de qualquer jeito. Nada feito. Diante da negativa, fui chorar minhas mágoas no meio do saguão. Eis que de repente surge uma outra atendente e pergunta se eu ainda tinha interesse em entrar naquele voo. Disse sim sem pestanejar. Foi neste momento que um filme totalmente trash começou a ser roteirizado na minha cabeça.
Continua...
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