domingo, 21 de fevereiro de 2010

Os últimos paetês

Os mais chegados sabem que amo carnaval. Todos os anos, sempre compro uma fantasia, procuro os blocos mais descolados e bato ponto na Sapucaí. Esse não foi diferente, ou melhor, foi: peguei uma gripe uma semana antes da folia, que me deixou fazer tudo isso...só que na velocidade número um. Ou seja, tive que acompanhar tudo bem quietinha, o que me tornou uma observadora ainda mais atenta. Então, vamos aos meus pitacos sobre o carnaval de 2010:

* Blocos: os mais divertidos são mesmo o Sassaricando e o Me beija que eu sou cineasta. Em ambos, as pessoas se permitem fantasiar das coisas mais doidas. O clima fica legal e não fica só com aquela cara de carnaval-pra-pegação. E por falar nisso, tive uma bela surpresa: João Suplicy, com todo respeito a "cassetete". O moço canta bem e colore os olhos das solteiras e casadas.

* Mesmo sabendo que é bom para o Rio, tive saudades dos carnavais de dez anos atrás, tempo em que ainda conseguia encontrar amigos no Bola e dançar muito no meio da Rio Branco.

* Fantasias inventadas: tenho que admitir que são bem mais legais.

* Sapucaí: ir para camarotes de empresas é uma mordomia que ninguém gosta de abrir mão, mas aturar atores e atrizes fazendo cara de "importante"- e algumas vezes perdendo a linha - é muito chato. Dá vontade de dar o cartão do analista. Esse povo acredita que há cercadinhos também no além.

* Estrelato: num camarote desses, eu lavava as minhas mãos quando uma atriz-escândalo-sessentona entra e dispara "ai, que banheiro luxo", imediatamente uma puxa saco joga o confete: "luxo é você". Ainda bem que nesses camarotes não falta Engov no banheiro.

* Mundo real: a vantagem de ir a esses camarotes é descobrir que você é super-mega-normal. Vi atrizes lindas que, apertadas em seus shortinhos, tentavam disfarçar as velhas inimigas de todas as pobres mortais: as celulites. Não tem jeito, o mundo é suburbano.

* Falta de pegada: acho a atriz-modelo-apresentadora Fernanda Lima realmente linda, mas, definitivamente, a passarela que ela domina é a da moda. Na Sapucaí ela carece de dois importantes atributos: carne e samba no pé.

* Sub-estrelato: uma pseudo celebridade bem novinha me pergunta se o agrupamento que se formava para a entrada na van de um desses camarotes era uma "espécie de fila". Sua indagação já entregava o que ele iria fazer em seguida: furar a fila. Claro que ela, bonita e nova, não poderia ficar ali como todos os outros pobres mortais, não é mesmo?

* O próximo carnaval não vai ser igual a esse que passou. Pretendo brincar de verdade, com gente de verdade!




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