Escrevo atrasada, eu sei, mas contraí uma baita gripe por causa daquele toró que caiu no meio do show de RC e, por isso, fiquei quase fora de combate nesses últimos dias, quase porque tive que trabalhar, é claro. Voltando ao show, minha motivação para ver oRei era diferente da grande maioria das mulheres presentes naquele Maracanã lotado, uma vez que 98,7% (dados apurados por mim mesma) queriam dar um "chega pra cá" no homem do calhambeque. Era um tal de tirar fotos do telão, de cantar de mãos dadas com as amigas, de dar gritinhos e uivinhos. Tudo no diminutivo mesmo. Balzacas, quarentonas, cinquentonas e representantes da terceira idade. Todas num assanhamento de dar gosto, como diria minha avó. Sentei lá no meio do gramado e, ao meu lado, três peruas gaúchas não paravam de sacolejar: era um senta-e-levanta insuportável, digno das adolescentes mais chatonildas num show do Zack Efron. O que elas queriam? Levantar a porcaria de um banner para que a câmera da emissora de tevê registrasse o quanto era grande o amor delas pelo homem do terno branco. À minha frente, uma senhorinha balançava tanto que me senti num navio. De um lado pro outro, de um ladro pro outro. Fiquei enjoada. Momento "não vou conseguir conter a minha risada" foi quando Roberto cantou:
- Eu te aaaamo!
E elas responderam:
- Eu tambéééééém!
Mas houve uma parte do show que tive vontade de sair correndo como um louca em direção ao meu bom e acolhedor cobertor. Foi quando RC entoou aquele hino da breguice sem qualidade (sim, porque há breguices e breguices). Aquela música insuportável, que costumava ouvir (obrigada, é claro) na minha adolescência, em homenagem aos caminhoneiros. Foi neste exato momento que a chuva desabou e espantou muita gente. Na minha modesta e irônica opinião, nem Jesus Cristo aguentou. RC deveria ter cantado para o homem lá de cima bem antes de propagar pelo Maraca essa heresia.
ps.: aos fãs do Rei: antes que me xinguem aqui, eu não tenho nada contra o cara. Gosto muito de tudo o que foi feito na Jovem Guarda. E só.
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