quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sabedorias carnavalescas

Frase da manicure ao falar sobre paquera de carnaval:

- No carnaval eu só paquero homem com o corpo bem definido. De indefinição já me basta o que eu tenho lá em casa!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Atravessando a bateria


Desfilar no Grupo Especial é sempre uma experiência divertida e, quase sempre, curiosa. Muitas coisas acontecem desde a hora que você sai de casa fantasiada e o porteiro faz aquela cara de que tá doido para rolar de rir, mas tem que manter o respeito. Como todo entendido de carnaval sabe, ir para a avenida de carro é uma roubada. Por isso, sigo as orientações dos organizadores e pego o bom e eficiente metrô. Foi assim no domingo, quando seguia feliz e contente apoiar a verde-e-branco de Madureira. Vesti parte da fantasia para não passar perrengue e o resto (adornos mais pesados) deixei para colocar lá com a ajuda do pessoal da ala porque, afinal, eu não estava entendo o-que-se-encaixava-aonde. Cheguei na estação de Botafogo e já comecei a ficar apreensiva: estava lo-ta-da!!! Mesmo assim achei que ia ter um lugarzinho pra mim bem no cantinho para não estragar o esplendor. Me enganei redondamente. A composição vinha de Copacabana e todos os foliões recém-saídos da praia e de todos os blocos do bairro resolveram entrar nela. Assim como o pão sempre cai no chão com a parte da manteiga pra baixo, o sufoco comigo nunca é de leve. Entrei no primeiro vagão para não perder a hora da concentração e a partida já anunciava como seria a minha viagem até a Central do Brasil: o maquinista deu uma freada tão brusca que todo mundo - que não tinha onde se segurar, é claro - caiu em cima de todo mundo. Foi quando me dei conta de que bem ao meu lado tinha um senhor que não deve nunca ter ouvido aquela frase "beba com moderação", afinal balançava mais que coqueiro em vendaval. O sujeito ainda estava com o rosto todo ensanguentado, provavelmente de uma queda. Eu, querendo evitar que a minha bela fantasia de "servos do mar" fosse manchada de sangue, arrumei um lugar para criatura sentar e sabe o que obtive de resposta?

- Eu não tô bêbado!!! E não sou velho pra ficar sentado.

A mulher do bebum, completamente envergonhada, tentava estancar o sangue com uma canga e segurar o cana-brava para que ele não desse mais vexame. Mas, como o povo não perdoa, surge uma senhora e desanda a detonar o comportamento do beberrão:

- Quem não sabe beber é isso aí. Eu, por exemplo, sou trabalhadora, tenho 54 anos e hoje fui curtir a minha praia. Tomei as minhas cervejinhas e tô aqui. Amanhã de manhã eu tô de pé pra trabalhar.


E não satisfeita, completou:

- Que mulher é essa que aguenta um homem desses?


Sabia que essa viagem não ia dar em boa coisa. A escola em que eu desfilei caiu para o Grupo de Acesso. Começar com perrengue é terminar em perrengue. No próximo ano vou de táxi.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Verdades carnavalescas

Comentário de um amigo ao ver um escritor se engraçando para uma mulher feia-de-doer em um baile de carnaval:

- Intelectual só faz mer....

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Pura maldade

Acabei de chegar de um bloco de jornalistas, que concentra e não sai todos os anos na rua do Lavradio, no centro da cidade. O enredo deve falar sempre de uma tragédia. Esse ano eles resolveram homenagear o padre baloeiro. Os caras encheram um monte de balões e penduraram um boneco, que teimava em não subir. Não satisfeita, essa gente de coração ruim resolveu tirar as pernas do brinquedo para que, assim, ele pudesse ser levado pelos balões. E lá foi aquele tronco de boneco céu afora. Cheguei pra uma amiga e falei que era muita maldade, afinal o padre tinha morrido. A resposta foi nua e crua:

- Ele não queria ser lembrado? Então, é o que estamos fazendo.

É como diz aquele colunista: jornalistas, ô raça!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quero ser Miss

Gente, eu não tenho esse péssimo hábito não. Mas hoje, inflamada por uma curiosidade que não sei de onde veio, resolvi colocar o meu não-famoso nome no Google para ver o que acontecia. A primeira descoberta é que tem Bárbara Pereira a dar com pau (expressão veeeellhhaaaa...). A segunda é que a Miss Sobradinho de 2005 chama-se..... Bárbara Pereira. Imediatamente lembrei da peça Cócegas em que a personagem queria ser eleita Miss Sobral porque estava cansada de ser vista como uma mulher inteligente. Acho que vou aderir a essa campanha. Não quero saber nada sobre crise econômica, reforma ortográfica ou sobre o modelo pedagógico do momento. Cansei! Quero dar tchau com a mão direita grudadinha, sem medo daquela pelezinha dos infernos embaixo do bíceps.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Super sincero

Amiga do blog foi hoje fazer um procedimento estético numa clínica e precisou sair de casa com camadas de anestésico de cor branca. As listras seguiam do nariz até a boca, aquela região chamada de "bigodinho chinês". Dirigiu até a clínica, entregou o carro ao manobrista e, envergonhada, tentou se desculpar pela estranha aparência:

- Acho que você já deve estar acostumado a ver mulher assim por aqui.

Resposta do malandro:
- Não tem problema não, hoje é sexta-feira treze meeeeeissssmo!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A crise e o povo brasileiro

Feira da Rua Maria Eugênia, no Humaitá, hoje de manhã.


Freguesa: quanto é essa alface roxa?

Feirante: 2 reais.

Freguesa: Aí, tu qué que a gente se atraque aqui mesmo, num qué?

Toco dos infernos

Resposta de uma mulher diante da piada que o marido fazia sobre a altura do Tom Cruise:

- Toco? Ahh... queria esse toco lá em casa. Ia fazer uma fogueira imensa na minha cama.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O amor nos tempos do cólera

Eles já não viviam juntos fazia tempos. O amor havia acabado, mas a falta de grana impedia a separação como deve ser: cada um no seu lar. A casa de dois quartos era pequena, mesmo assim tentavam conviver cordialmente. E assim iam tocando a vida. Até que um dia a mulher arrumou um namorado: o padeiro do bairro. Homem brabo, de temperamento forte. Numa tarde de sábado ele encasquetou com aquela estranha situação, tão avançada para os padrões daquela cidade. Enfurecido, o sujeito resolveu resgatar a sua amada daquele castelo sem luxo nem riqueza. Dirigindo uma Brasília marrom 76, o padeiro colocou abaixo os portões de madeira da residência. Ao ver a cena, o ex-marido se viu na obrigação de tomar uma atitude mais drástica para lavar a honra do lar invadido. Foi ao quarto, pegou um revólver calibre 32 e deu quatro tiros no valentão. A arma, guardada havia anos, não cuspiu uma bala sequer. A mulher nunca mais se apaixonou por ninguém.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O politicamente correto no subúrbio

Essa onda do politicamente correto não é nova, todos sabem. Dizem que começou lá nos EUA e já faz um tempo que aportou por aqui. Concordo que é necessário, que ninguém pode sair por aí reforçando preconceitos como se o mundo não tivesse mudado. Estamos na era do respeito ao outro, embora a gente ainda conviva - e muito - com o desrespeito. Entretanto, todo mundo sabe também que o politicamente correto em excesso é chato demais, além de ser ceifador da criatividade e do "savoir faire", algo comum no povo brasileiro. Mas esse negócio de politicamente correto - para o bem e para o mal - muitas vezes não pega no subúrbio não. Lá em Realengo, por exemplo, tinha um sujeito que vivia doente. Vez em vez ele ia parar no hospital - público, claro - com algum problema de saúde. Magriiiinho...parecia um papel. Os vizinhos sempre ficavam apreensivos quando o camarada sumia, esse era o sinal de que ele estava internado em algum lugar. Por causa desse vaivém nos hospitais, a população local - que perde o amigo, mas não perde a piada - apelidou o homem de.....IMORTAL. Isso mesmo, meus 11 leitores. No subúrbio esse negócio de politicamente correto é coisa de doutor.