Essa história rolou há algum tempo, quando fazia um curso de locução para comercial. Lembrei dela na semana passada durante uma sessão de análise. Não cabe aqui o contexto, mas dá pra dizer que vale muito a pena tentar refletir sobre a relação entre a voz e a personalidade.
Num dia de gravação no estúdio, o professor, o grande dublador Márcio Seixas, mestre dos bons com quem aprendi muito, resolveu fazer uma aula de dublagem para mostrar como era o processo e, também, para descontrair. Escolhe um desenho aqui , mexe em outro ali e.... pimba! O meu primeiro personagem foi Simba, do Rei Leão. Como ainda não havia aprendido a modular a voz, o pequeno leaozinho parecia estar passando por uma crise de identidade. Uma voz feminina com um timbre grave definitivamente não combinou com o felino.
Passemos, então, para outro: que tal a voz do Coringa, de Batman o filme, na primeiríssima versão com Jack Nicholson? Não preciso nem dizer que não deu certo. A cena escolhida tinha uma gargalhada forte e o máximo que consegui fazer foi deixar o pobre do Jack com uma gargalhada de pomba-gira rouca.
O desenho seguinte foi mais um desastre. A personagem era a Pocahontas e ela dizia algo muito meloso para o seu amado. Com a minha voz, Pocahontas, fofa toda vida, parecia ter entrado para o time da Ana Carolina.
Quando eu já estava quase desistindo da idéia de encaixar a minha linda voz em qualquer personagem de desenho infantil, surge a salvação: a madrasta da Cinderela.
- Cinderela! Vá imediatamente pegar uma xícara de chá para mim!
Depois dessa frase, descobri que nunca poderei ser princesa.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
Elas estão descontroladas
Cena presenciada em uma galeria comercial do Humaitá hoje à tarde. Menina, de aproximadamente 3 anos, corre enlouquecidamente em direção a um menino mais novo, com seus quase 2 anos, e dá um abraço mais apertado do que a calça da mulher melancia. Diante dessa demonstração de amor à primeira vista, o menino arregala os olhos para a mãe e faz uma cara de quem não está entendendo nada. Depois disso, ele corre em direção a uma bola que está na vitrine da loja ao lado.
Lição que o menino não vai aprender na creche: vai se acostumando meu filho porque nós somos assim mesmo, sensíveis e incompreensíveis!
Lição que a menina não vai aprender na creche: vai se acostumando minha filha porque eles são assim mesmo, insensíveis e previsíveis. O futebol vem em primeiro lugar.
Lição que o menino não vai aprender na creche: vai se acostumando meu filho porque nós somos assim mesmo, sensíveis e incompreensíveis!
Lição que a menina não vai aprender na creche: vai se acostumando minha filha porque eles são assim mesmo, insensíveis e previsíveis. O futebol vem em primeiro lugar.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Bolívia corta o gás do Brasil
Ontem fui ao jogo. Estava empolgada para conhecer o Engenhão, mais ainda por ser um jogo da seleção. Afinal, o último jogo do Brasil que pude acompanhar em um estádio foi nas eliminatórias da Copa de 94 no Maracanã. Brasil X Paraguai foi um jogão. Bons tempos aqueles em que podíamos contar com o Romário...
Marinheira de primeira viagem em partidas de futebol, eu, vascaína assumida, caí na arquibancada do arqui-rival. Foi duro ficar debaixo daquela bandeirona fedorenta e não poder fazer nada enquanto ouvia "ei bacalhau, ei bacalhau, pega no meu p... que eu te levo pra Portugal". Mas, voltando ao jogo de ontem, a empolgação começou a ir para as cucuias depois de percorrer três portões diferentes e ouvir informações desencontradas. Meia hora atrasada, consegui adentrar o gramado, ou melhor, o lugar ao qual o meu ingresso dava acesso. Já era o começo do segundo tempo. Busquei forças lá no fundo d'alma para retomar a empolgação, mas forças nada ocultas me fizeram perder o humor rapidamente: descobri que em jogos da FIFA é proibido consumir bebida alcóolica. Decidi fingir que tudo bem e fui beber uma Líber. Foi difícil acompanhar careta o que rolou naquele campo. Saldo da noite: depois de viajar de trem, andar feito uma louca e assistir aquele futebolzinho de quinta, cheguei a uma conclusão inimaginável: o Galvão nem é tão chato assim.
Marinheira de primeira viagem em partidas de futebol, eu, vascaína assumida, caí na arquibancada do arqui-rival. Foi duro ficar debaixo daquela bandeirona fedorenta e não poder fazer nada enquanto ouvia "ei bacalhau, ei bacalhau, pega no meu p... que eu te levo pra Portugal". Mas, voltando ao jogo de ontem, a empolgação começou a ir para as cucuias depois de percorrer três portões diferentes e ouvir informações desencontradas. Meia hora atrasada, consegui adentrar o gramado, ou melhor, o lugar ao qual o meu ingresso dava acesso. Já era o começo do segundo tempo. Busquei forças lá no fundo d'alma para retomar a empolgação, mas forças nada ocultas me fizeram perder o humor rapidamente: descobri que em jogos da FIFA é proibido consumir bebida alcóolica. Decidi fingir que tudo bem e fui beber uma Líber. Foi difícil acompanhar careta o que rolou naquele campo. Saldo da noite: depois de viajar de trem, andar feito uma louca e assistir aquele futebolzinho de quinta, cheguei a uma conclusão inimaginável: o Galvão nem é tão chato assim.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Terapia de casal
Briga de um casal - pais de uma amiga do trabalho - depois que a matriarca resolveu dar a cadela de estimação da família:
- Agora que dei a fulaninha tá na hora de cortar essa árvore do quintal porque dá muito trabalho para varrer essas folhas.
- Puxa vida. Não pode ter bicho, não pode ter árvore, não pode ter nada porque dá trabalho!
- Quer cuidar de bicho? Então cria um chato no seu c.....
Nota da redação: algumas mulheres sabem realmente como lidar com seus maridos.
- Agora que dei a fulaninha tá na hora de cortar essa árvore do quintal porque dá muito trabalho para varrer essas folhas.
- Puxa vida. Não pode ter bicho, não pode ter árvore, não pode ter nada porque dá trabalho!
- Quer cuidar de bicho? Então cria um chato no seu c.....
Nota da redação: algumas mulheres sabem realmente como lidar com seus maridos.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Brega & Chic
Outro dia fui conversar com duas amigas, num bar obviamente, e surgiu o assunto: pessoas imprestáveis. Isso mesmo, gente que veio ao mundo só para ser desmancha prazeres, para não agregar nada ( finalmente achei um texto que pudesse usar essa expressão da moda no mundo do trabalho). Uma delas descreveu o perfil de uma dessas "pessoas imprestáveis" com quem ela tinha o dissabor de encontrar com freqüência no escritório. A figura tinha o hábito de comentar suas aquisições para o vestuário, o objetivo era jogar na cara da mulherada que ela comprava roupas de estilistas famosos. Até aí tudo bem, o problema era quando ela desancava o jeito de viver da grande maioria dos brasileiros: " comer empada e andar de van é totalmente brega". Pois, para mim, ela não sabe o que está perdendo... uma empada de camarão bem feita (geralmente daquela tia que guarda o segredo a sete chaves), acompanhada de uma cervejinha, vale muito mais do que qualquer salgadinho de queijo brie com damasco. Depois disso, fiquei pensando no que é ser realmente chique. Pra mim é...
...uma faxineira amiga minha que cria três filhos sozinhas e trabalha, em média, em duas casas diariamente. E com tudo isso está sempre de bom-humor.
... andar de ônibus lotado, trabalhar o dia inteiro, voltar para casa para cuidar da família e conseguir ser feliz.
... fazer compras em lojas de departamentos e pagar o carnê em dia.
... fazer churrasco de lingüiça e frango e convidar todo mundo.
...achar uma roupinha básica na C&A e se sentir a Gisele Bundchen.
... comer rabada, angu ou feijão branco com dobradinha.
... poder comer o que quiser, sem preconceito de classes.
... andar de van em tempos de lei seca. Aliás, ir ao samba com os amigos e poder beber todas.
E você? O que é chique na sua opinião?
...uma faxineira amiga minha que cria três filhos sozinhas e trabalha, em média, em duas casas diariamente. E com tudo isso está sempre de bom-humor.
... andar de ônibus lotado, trabalhar o dia inteiro, voltar para casa para cuidar da família e conseguir ser feliz.
... fazer compras em lojas de departamentos e pagar o carnê em dia.
... fazer churrasco de lingüiça e frango e convidar todo mundo.
...achar uma roupinha básica na C&A e se sentir a Gisele Bundchen.
... comer rabada, angu ou feijão branco com dobradinha.
... poder comer o que quiser, sem preconceito de classes.
... andar de van em tempos de lei seca. Aliás, ir ao samba com os amigos e poder beber todas.
E você? O que é chique na sua opinião?
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