quarta-feira, 23 de abril de 2008

Galo cantou!


Vi hoje à noite no jornal local da Band que uma senhora levou um galo para a igreja de São Jorge para agradecer uma graça atendida... ao galo. Segundo ela, o galo, ainda pinto, estava fraquinho, fraquinho e a reza forte para o Santo Guerreiro devolveu ao penoso o vigor de antes. Com isso, ele pôde crescer como um galo deve ser: forte e altivo. E lá estava ele em frente à igreja todo faceiro sendo puxado por uma cordinha como se cachorro fosse. Sei não, fé é fé e merece ser respeitada, mas achei que, do jeito que as coisas estão aqui na cidade maravilhosa, São Jorge está com a agenda cheia e tem mais o que fazer.

domingo, 20 de abril de 2008

Filosofia de boteco - segunda parte


No momento em que externava minha empolgação com o único gol do Botafogo na partida, um sujeito ao meu lado se anima e vai logo dizendo que nós duas só poderíamos ser botafoguenses! Como encontrou um suposto ponto de proximidade, ele resolveu dar palpite na escolha da marca da nossa cerveja e na conversa também. Ficou chocado ao ouvir da minha amiga que ela tinha horror ao time em questão porque o ex-marido era fanático. Daí em diante o nosso terapeuta de boteco não parou mais... contou que era casado há 20 anos, que era bom ter alguém para dividir a vida, mas que uma coisa não saía da sua cabeça: a infidelidade faz bem para o casamento! Isso tudo depois de afirmar que era um estudioso das relações humanas - tinha feito a velha e infalível faculdade da vida - e de garantir que a mulher que traía era mais feliz. Réu confesso, admitiu a impossibilidade de oferecer esse (bom) conselho para sua mulher, mas que se ela"pulasse a cerca" o casamento certamente acabaria. Entre um gole de cachaça e outro de cerveja, disse ainda que não conseguia entender como o ser humano não se dá conta do "ciclo da vida", de que no final de tudo "é a morte". E antes de passar a régua e fechar a conta, mostrou as duas sacolas em cima do balcão, onde estavam dois pratos de feijoada que ele prometera levar para casa havia duas horas.
- Não tem problema, eu já liguei para ela e disse que a fila estava grande. Então, vou doar essa e pedir ao garçom uma mais quentinha.

Filosofia de boteco - primeira parte


Dia de decisão no maracanã, marido fora de casa, momento mais do que certo de partir para o bar para botar a conversa em dia e, principalmente, ficar de pilequinho e falar mal de tudo e de todos, inclusive dele. Hoje foi um desses dias. Enquanto botafogo e fluminense se sufocavam com aquele pó-de-arroz nojento, naquele estádio que um dia foi de machos, nós, mulherzinhas convictas, fomos fazer aquele programa que a-do-ra-mos: comer uma comidinha cheia de frescuras, que nunca comeríamos com nossos companheiros, beber aquela capirinha da fruta mais exótica do estabelecimento - sempre motivo de piadas infames - e, depois da farra gastronômica e etílica, fazer as compras básicas naquela loja "muderninha" de Santa Tereza. Não satisfeitas com tamanha liberdade, resolvemos esticar em outro boteco para tomar a saideira. Foi aí que me peguei torcendo como louca para o Botafogo, embora seja vascaína. Concluí que minhas amigas tinham razão: se o time do marido perde, o fim de semana acaba. Era melhor manter o feriadão animado!


continua...

quinta-feira, 10 de abril de 2008


Hoje fui surpreendida pelo choro doído de uma amiga de trabalho. Soluçando, mal conseguia explicar por que chorava. Ela chorava porque viu uma mãe com quatro filhos pedindo esmolas na esquina. Uma das crianças é uma menina que, pela forma como se locomove, já deve ter completado um ano, mas que tem aparência de uma criança de seis meses. Acho que não preciso explicar os motivos. Minha surpresa não foi por causa da história, tenho que admitir, mas sim pelo estado em que ficou minha amiga, realmente comovida por uma história que parece que nos acostumamos a conviver. Fui tomada por um profunda tristeza. Já passei por essa esquina inúmeras vezes, já vi essa família algumas vezes e agora percebo que não consegui me comover. Fui para casa sem conseguir parar de pensar numa pergunta: a quem interessa que percamos a nossa capacidade de indignacão? Certamente, não é aquela criança. Ainda bem que a minha amiga ainda não foi contaminada pela doença da apatia diante do caos.

ps.: ao pensar nessa história, esse quadro de Portinari não saía da minha cabeça. Para quem não conhece, chama-se "Retirantes".

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mao amarela!


Todo mundo acha que trabalhar na tevê é um glamour só, mas o que muita gente não sabe é que os profissionais da telinha também têm os seus dias difíceis. Aliás, o povo adora quando um apresentador faz uma besteira, talvez as escorregadas, que diga-se de passagem fazem parte de qualquer profissão, aproximem aqueles seres encaixotados daqueles que estão sentados no sofá. Psicologia - sem fundamento, é claro - à parte, o que importa neste post é dizer que a gente passa por maus bocados de vez em quando, principalmente quando o programa é transmitido "ao vivo". E confesso: no momento em que o escorregão acontece a gente quer morrer, sumir, ser abduzido por um extraterrestre... mas depois que o tempo passa é possível dar boas gargalhadas ao lembrar de algumas situações embaraçosas. Foi o que aconteceu hoje comigo. Uma amiga - ou inimiga, quem sabe - me fez o favor de lembrar de um dia de profunda distração em que chamei um convidado de....peido, isso mesmo o sinônimo de flatulência. O nome dele era.... Pedro! Atire a primeira mão amarela aquele que nunca foi traído por seus pensamentos!