sábado, 29 de dezembro de 2007

Sabedoria

Frase da avó de uma amiga para quem ameaçava elogiar seu marido: "Vai dividir um quilo de sal com ele". Viva a sabedoria da terceira idade!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O outro

Aspirador de pó quebrado, chiadeira geral da companheira trabalhadora doméstica. E lá fui eu na loja de consertos de eletrodomésticos para viabilizar dias melhores no convívio do lar. Chego no balcão e a atendente logo pega o equipamento e, depois de mexer aqui e ali, diz que a análise demora um pouquinho. Durante todo esse diálogo, que durou cerca de três minutos, ela não olhou pra mim. Tudo bem, fim de ano é assim mesmo: todo mundo apressado, doido para que o ano acabe para dar início aos afazeres do próximo ano. Enquanto espero pelo orçamento, olho a vitrine da loja de consertos, que também vende produtos novos. Afinal, nenhum estabelecimento de consertos é de ferro... em tempos de consumo desenfreado, se algo quebrou compra-se outro novinho em doze vezes sem juros no carnê. Depois de concluir que não preciso de nada, coisa que durou outros três minutos, volto para o balcão onde a mesma atendente está e sou surpreendida com a pergunta: "A senhora já foi atendida?". A crise de riso foi inevitável, fato que desagradou imensamente a outra companheira trabalhadora. Não tinha a intenção de ser irônica, como pensou a "moça", só achei estranho alguém ter esquecido a fisionomia de outra pessoa em tão pouco tempo. Como não mudei muito em três minutos, só pude chegar a uma conclusão: como está difícil olhar o outro. Olhar de verdade, com o desejo de trocar um pouco de afeto, mesmo que por três minutos.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Antropologia de elite

Amiga da coluna (sempre quis escrever isso), professora de antropologia de uma universidade pública importante do Rio de Janeiro, sugeriu para uma de suas turmas uma pesquisa de campo no Mercadão de Madureira, programa imperdível para quem quer conhecer a alma suburbana carioca. Eis que um grupo de alunos responde: "Não pode escolher um lugar aqui no Rio?". Que São Malinowski os proteja!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Boteco da Madame - primeira ediçao

Conversa de boteco é quase sempre a mesma coisa... e tome amenidades. Quando só tem mulher rola sempre um "vamos falar mal de quem?". Quando tem homem no meio tem um assunto que nunca, mas nunca deixa de ser tema na mesa: o futebol. Sei que muitas mulheres já apreciam uma mesa-redonda. Mas, sinceramente, só sei o nome do técnico do meu time porque ele resolveu tomar remédio para a calvície e isso saiu em todos os jornais. Confesso: sempre que o tema futebol está em voga na mesa de um bar não consigo esconder a minha cara de paisagem. Mais irritada ainda me deixa uma piadinha insuportável que os carregadores de testosterona costumam fazer: "você sabe qual é a lei do impedimento?". Pois bem, minha resposta vingativa surgiu num daqueles dias de filosofia de botequim... e tem até título:

GOL DE PLACA

Depois dizem que mulher não sabe explicar o que é a lei do impedimento. Que tal "aqueles dias" como resposta? Todo ser do sexo feminino sabe que durante esse período o ato sexual fica impedido, embora tenha quem não se oponha em penetrar na área com bandeira vermelha.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Boteco da Madame

Sei que esse negócio de fazer blog mulherzinha já deu o que tinha que dar, principalmente quando começa com aquele velho papo "homem é assim, mulher é assado". Mas, como sou novata nesse ambiente virtual, vou correr o risco de ser repetitiva e tratar de alguns assuntos que, há tempos, ajudam a queimar alguns dos meus neurônios. E eles surgem justamente nas conversas de botequim com as amigas, boteco pé-limpo, é claro. Aquele com sabonete líquido no banheiro, papel para secar as mãos e papel-higiênico levemente branco, aquele que não chega a ser um Neve, mas que não tem cara de sujo. Pois bem, esse espaço vai se chamar Boteco da Madame. Então, toda vez que você der de cara com esse título no post, vai ter certeza de que vem bomba por aí. Em breve o primeiro do gênero. Aguarde.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Meu primeiro post

Eis o primeiro post de verdade. Aquele que a gente nunca mais esquece. O primeirão de muitos, espero. Escrever sempre foi um desejo, desde a infância. Na juventude vieram os diários, com textos que hoje soam incompreensíveis. Eles tinham de tudo: frases soltas, papéis colados, poesias (muito ruins, é claro), textos imensos, a maioria com a intensidade compatível com essa fase da vida. Os anos passaram, os diários, infelizmente, foram deixados de lado e, com isso, a mão foi perdendo o jeito. Depois, já na faculdade, vieram os textos obrigatórios, vez ou outra com algum prazer e com alguma liberdade. Mais tarde surgiram os textos-ossos-do-ofício, os textos-ganha-pão. Todos importantes, é claro, principalmente porque nenhum texto pode ser desprezado, mas nem sempre ficam totalmente do jeito que a gente quer. Agora, resolvi não mais resistir ao mundo dos blogs e decidi botar o texto pra fora. Escrever sobre o que quiser, sobre o que tiver vontade, sem lenço e com algum documento. Esse espaço não será um diário, afinal para isso ainda existem os diários de papel com o toda a privacidade que os assuntos pessoais merecem. A idéia é brincar de escrever, falar sobre temas leves, exercitar a criativade. E o melhor: sem copidesque, sem editor-chefe, sem supervisão ou canetada de nenhuma espécie. Então, que as palavras possam fluir livremente por aqui. Até!

Pra começar...

Mal comecei este blog e já estou com bloqueio. Mas, como sou brasileira e não desisto nunca, em breve terei muita coisa pra falar por aqui...e põe coisa nisso. São muitos e muitos anos de textos represados. Até!